Folha de S. Paulo


Havelange, 96, tem rotina restrita entre casa e clube

Desde que deixou o hospital, em maio de 2012, após mais de dois meses de internação, João Havelange, 96, vive longe dos holofotes. A última aparição pública do ex-cartola foi em outubro, quando participou da reeleição do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Havelange, que renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa no dia 18 de abril, tem uma rotina pacata em Ipanema, bairro da zona sul carioca onde mora.

Ele não viaja mais para o exterior e passa horas no seu apartamento. Um de seus poucos programas é ir quase diariamente ao Country Club, um dos clubes mais exclusivos do Rio, localizado próximo à sua residência.

De bengala e com ajuda de uma cuidadora, ele frequenta o clube, cujo título custa cerca de R$ 480 mil. Havelange não nada mais a distância de um quilômetro na piscina de lá, como costumava fazer até o início da década, mas participa das aulas de hidroginástica e gosta de almoçar com amigos no restaurante do clube.

Na eleição do COB, chegou a cometer uma gafe. Depois do anúncio do resultado da eleição, que teve um voto contrário, ele pensou que havia votado contra o amigo ao marcar "sim" na cédula.

A saúde de Havelange foi abalada em março do ano passado, quando ele foi internado para se tratar de uma infecção no tornozelo direito. Durante o tratamento, a infecção se agravou e o dirigente foi transferido para o Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Ele chegou a ficar em situação considerada grave, inclusive com problemas cardíacos e pulmonares. Neste período, recebeu as visitas de José Maria Marin, presidente da CBF, e de Joseph Blatter, presidente da Fifa.

Na terça-feira, o Comitê de Ética da Fifa apontou que Havelange, Ricardo Teixeira, seu ex-genro, e o paraguaio Nicolás Leoz receberam propinas da ISL, antiga agência de marketing da federação.

No dia 8, data do aniversário de 97 anos, amigos querem homenageá-lo. "Havelange está sendo injustiçado. Ele revolucionou o esporte mundial e não merecia ser tratado assim", disse o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes.

Editoria de arte/Folhapress

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