Folha de S. Paulo


Inocentado, Blatter diz que não haverá mais investigação interna no caso ISL

Logo após o Comitê de Ética da Fifa divulgar relatório final sobre o caso ISL, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou estar satisfeito com a conclusão e ressaltou que não haverá mais nenhum tipo de investigação interna do caso. O documento isentou o atual presidente da entidade de responsabilidade no caso.

Por outro lado, o relatório, assinado pelo alemão Hans-Joachim Eckert, uma espécie de juiz do comitê apontou que os brasileiros Ricardo Teixeira e João Havelange e o paraguaio Nicolás Leoz receberam propinas.

"Tomei nota do relatório do presidente do Comitê de Ética, Hans-Joachim Eckert sobre o Caso ISL. Destaco, particularmente, que não haverá mais nenhum tipo de investigação interna sobre o caso. Noto, também, e com satisfação que o relatório confirma que minha conduta não pode ter sido classificada como danosa para as regras éticas da entidade", disse Blatter em comunicado no site da entidade.

Rodrigo Arangua/AFP
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante conferência de imprensa no Panamá
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante conferência de imprensa no Panamá

"Não tenho dúvidas de que a Fifa, graças ao projeto de reforma que eu propus, agora tem os mecanismos para evitar que um tipo de situação como essa, que manchou a nossa reputação, ocorra de novo".

O relatório revelou ainda que Havelange renunciou no dia 18 de abril ao cargo de presidente de honra da entidade. Ou seja, 12 dias antes da divulgação do resultado final da investigação interna. Com essa decisão antecipada, Havelange escapou de qualquer recomendação de punição interna contra ele.

Na sua conclusão, divulgada no site da Fifa, Eckert mantém a informação de que os cartolas receberam subornos da empresa de marketing ISL, entre 1992 e 2000, mas argumenta que, na época do episódio, não havia código de conduta dentro da Fifa. O primeiro código, explica, é de 2004, depois do escândalo. Por isso, ele diz que qualquer outra recomendação não teria efeito neste momento.

Além disso, o juiz do comitê de ética alega que os três envolvidos, Teixeira, Havelange e Leoz, deixaram seus cargos na entidade. "O caso ISL está concluído pelo comitê de ética", informa.


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