Folha de S. Paulo


Sensação do Paulista, Mogi Mirim prepara desmanche

Sensação do Paulista 2013, o Mogi Mirim, que recebe o Botafogo amanhã, às 18h30, pelas quartas de final, parece caminhar na contramão de sua fase em campo.

O clube irá romper a parceira que tem há dois anos com a Energy Sports, do empresário Hélio Vasone Junior, e desmanchar o elenco dono da melhor campanha entre os times do interior --ficou atrás apenas do São Paulo.

A cisão será amigável, segundo os cartolas. O motivo é um desencontro de ideias entre o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo, jogador do São Caetano e que retornou ao cargo nesta semana, e o dono da Energy Sports.

Jorge Araújo/Folhapress
Hélio Vasone cumprimenta os jogadores do Mogi
Hélio Vasone cumprimenta os jogadores do Mogi

Vasone é a favor de um aumento no investimento para a Série C do Brasileiro, que tem início no dia 2 de junho.

"É uma incompatibilidade de ideia. Entendo que é necessário fazer um investimento pesado para chegar à Série B, enquanto o Rivaldo entende que não é necessário fazer esse aporte", disse o proprietário da Energy Sports.

"Meu pensamento é mais pelo lado profissional. A Série C é uma disputa acirrada e, por isso, precisamos montar um time capaz de conquistar o acesso. Precisamos chegar à Série B, que é outra realidade", acrescentou Vasone, assegurando que não existe litigio entre a empresa e a equipe do interior.

Ele propôs montar um time com a folha salarial em torno de R$ 340 mil mensais --Rivaldo quer gastar metade disso. As despesas atuais são de R$ 380 mil mensais.

Wilson Bonetti, vice-presidente do Mogi Mirim, justifica a posição do clube pela falta de receitas na Série C.

Jorge Araújo/Folhapress
Wilson Bonetti, advogado de Rivaldo concede entrevista
Wilson Bonetti, advogado de Rivaldo concede entrevista

"A parceria está dando certo de uma forma administrativa, mas vai ser rompida. O Hélio é um pouco mais agressivo na parte financeira. Ele arrisca mais. Mas um clube do interior não pode fazer um investimento alto sem ter receita garantida", disse Bonetti, que é advogado e amigo de Rivaldo.

"Apesar desse impasse administrativo, os jogadores estão tranquilo, recebem em dia e têm todo o apoio. O relacionamento com os atletas é muito bom. [A saída da Energy Sports] Não reflete em nada para os jogadores".

Segundo o cartola, apenas cinco jogadores vão permanecer e o time da Série C já está sendo formulado. "O assédio é muito grande e fica difícil segurar os atletas. É difícil ter o retorno. Esperamos conseguir o retorno do investimento com as categorias de base".

Com o fim da parceria, o Mogi Mirim precisará ressarcir Vasone. O clube estuda incluir no acordo o atacante Roni, revelado na base, e que não deve ficar na equipe.


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