Folha de S. Paulo


Sucessor e sucedido jogam para escapar da sombra de Guardiola

"A imprensa alemã escreveu muito sobre se eu e Pep conversaríamos ou não. Mas não preciso de informação, conheço o Barcelona, como se fosse minha equipe."

A frase dita por Jupp Heynckes ontem mostra o quanto o fantasma de Pep Guardiola assola Bayern de Munique e Barcelona, que iniciam hoje a disputa por uma vaga na final da Copa dos Campeões da Europa.

Fotomontagem
Fotomontagem com Heynckes, técnico do Bayern, Vilanova, do Barcelona, e Guardiola, que não trabalhou nesta temporada
Fotomontagem com Heynckes, técnico do Bayern, Vilanova, do Barcelona, e Guardiola, que não trabalhou nesta temporada

O catalão, que encerrou na temporada passada um período de quatro anos de glórias na equipe espanhola, será o novo comandante do time alemão a partir de julho.

E, apesar de não estar à frente de nenhum time e de provavelmente acompanhar a partida na Allianz Arena à distância, do seu apartamento em Nova York, onde escolheu viver seu ano sabático, Guardiola faz parte do cotidiano dos dois treinadores.

Seu antigo auxiliar no Barcelona, Tito Vilanova, 44, alçado ao posto de técnico nesta temporada, não para de enfrentar as comparações com o seu antecessor no banco.

Não importa que o time de Vilanova seja o virtual campeão espanhol e já tenha igualado as semifinais da Copa dos Campeões alcançadas em 2012, os comentários na Catalunha são de que "falta a magia dos tempos de Pep" e que a equipe é cada vez mais dependente de Messi.

Os críticos se lembram que o Real Madrid já tirou a hegemonia que o Barcelona tinha nos últimos clássicos e que o time sofreu para exercer seu favoritismo sobre Milan e PSG na competição europeia.

Além das constantes críticas, o técnico pena para se firmar por causa da saúde frágil. Em tratamento contra a um câncer na glândula parótida, Vilanova precisou se ausentar duas vezes nos últimos meses e deixou o time nas mãos do auxiliar Jordi Roura.

"Não vejo sentido para que a gente fale com ele [Guardiola]", disse o assistente, escalado pelo treinador para substituí-lo na entrevista coletiva obrigatória de ontem.

Se Vilanova faz de tudo para sair da sombra do catalão, Jupp Heynckes, 67, o técnico do Bayern, tenta de todas as formas evitar ser engolido pela sombra do seu sucessor.

No momento em que anunciou a chegada de Guardiola, o clube alemão afirmou que seu atual técnico se aposentaria no fim da temporada.

Mas Heynckes não parece concordar com a decisão. Em março, admitiu estender a carreira e buscar outro clube para continuar na ativa.

Afinal, apesar de já ter conquistado a Copa dos Campeões com o Real Madrid em 1998, o alemão nunca dirigiu um time com números tão positivos quanto o Bayern.

Heynckes foi campeão nacional com seis rodadas de antecedência e tem o melhor aproveitamento das maiores ligas nacionais da Europa (90% dos pontos possíveis).

NA TV
Bayern de Munique x Barcelona
15h45
Band, Globo, ESPN e ESPN +


Endereço da página:

Links no texto: