Folha de S. Paulo


Federações aprovam contas da CBF após compra superfaturada de Marin

As contas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em 2012 foram aprovadas pela assembleia-geral da entidade, encerrada no início da tarde desta terça-feira.

O presidente da CBF, José Maria Marin, abriu a reunião com explicações sobre a compra da nova sede da CBF --documentos publicados pela Folha nesta terça apontam superfaturamento no negócio feito no ano passado.

O cartola apresentou avaliações de três consultorias do ramo que comprovariam que os R$ 70 milhões gastos na transação estariam dentro do padrão do mercado.

Três presidentes de federações fizeram parte da comissão formada por Marin para aprovar a compra da sede da CBF. São eles o presidente da Federação Goiana, André Pitta, o de Santa Catarina, Delfim Peixoto, e o do Rio Grande do Norte, José Vanildo Silva.

Marin anunciou a compra do prédio, com oito salas comerciais, no dia 27 de junho, mas só assinou a aquisição no dia 31 de agosto. Nesse período de dois meses, cinco das oito salas foram vendidas a intermediários por R$ 12 milhões. As mesmas foram repassadas para a CBF por R$ 43 milhões. Outras três foram vendidas diretamente por R$ 27 milhões.

"Se antes [dois meses] custou mais barato, fazer o quê?", disse o presidente da Federação do Tocantins, Leomar Quintanilha, ao sair da reunião. "Estou tranquilo por ter ouvido o presidente".

Questionado sobre o desgaste da imagem de Marin, o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, respondeu: "Não cabe a mim esse tipo de avaliação".

No hotel em que estão hospedados, na Barra, alguns presidentes de federação receberam mimos da CBF. A confederação deixou nos quartos uma bolsa recheada de material esportivo. As mulheres dos cartolas também estão no Rio e vão fazer programação turística nesta terça-feira.

Recentemente, vídeos vazados no Youtube mostram Marin afirmando que manipula as votações na CBF com jantares e garrafas de uísque para os presidentes de federação. Há dez dias, quando foi abordado pela Folha na Bolívia para falar do assunto, Marin disse que não falaria sobre "montagens" e "intrigas.

Editoria de Arte/Folhapress

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