Folha de S. Paulo


Federações querem adiar votação de contas da CBF após compra superfaturada de Marin

Os 27 presidentes das federações estaduais de futebol se reúnem nesta terça-feira, no Rio, para analisar as contas de 2012 da CBF.

Porém, um grupo de dirigentes, liderados pelo presidente da Federação Baiana de Futebol, Edinaldo Rodrigues, pretende pedir o adiamento da votação das contas, baseado na revelação da Folha em sua edição de terça-feira que aponta superfaturamento na compra da sede da entidade, em meados do ano passado.

A transação de R$ 70 milhões será tema da reunião. Trata-se do primeiro ano de gestão de José Maria Marin à frente da entidade.

Marin anunciou a compra do prédio, com oito salas comerciais, no dia 27 de junho, mas só assinou a aquisição no dia 31 de agosto. Nesse período de dois meses, cinco das oito salas foram vendidas a intermediários por R$ 12 milhões. As mesmas foram repassadas para a CBF por R$ 43 milhões. Outras três foram vendidas diretamente por R$ 27 milhões.

O presidente da Federação do Maranhão, Américo Lobato Gonçalves, que na noite de segunda-feira abandonou o jantar de confraternização organizado por Marin, recebeu tratamento especial nesta terça-feira por parte da CBF.

Enquanto todos os outros presidentes de federação foram de ônibus do hotel para a sede da CBF, o maranhense foi num carro particular, acompanhado de Reinaldo Carneiro Bastos, homem da Federação Paulista de Futebol, dono de cargo na CBF e um dos articuladores de Marin no mundo do futebol.

No hotel em que estão hospedados, na Barra, alguns presidentes de federação receberam mimos da CBF. A confederação deixou nos quartos uma bolsa recheada de material esportivo. As mulheres dos cartolas também estão no Rio e vão fazer programação turística nesta terça-feira.

Recentemente, vídeos vazados no Youtube mostram Marin afirmando que manipula as votações na CBF com jantares e garrafas de uísque para os presidentes de federação. Há dez dias, quando foi abordado pela Folha na Bolívia para falar do assunto, Marin disse que não falaria sobre "montagens" e "intrigas".

Editoria de Arte/Folhapress

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