O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou não ter sido informado de qualquer intenção da Fifa em trocar o comando do Comitê Organizador Local da Copa-2014, hoje chefiado pelo presidente da CBF, José Maria Marín.
Como a Folha revelou hoje, emissários do presidente da Fifa, Joseph Blatter, demonstraram ao governo preocupação com o desgaste de Marin. Avaliaram ainda que a situação pode prejudicar a imagem do Mundial.
Marin, através de sua assessoria, disse que não iria se pronunciar sobre o assunto.
| Fabrice Coffrini - 19.mar.2013/AFP |
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| Rebelo brinca com bola na Suíça |
Segundo Aldo Rebelo, ele soube desse desejo da Fifa "pelo noticiário".
O ministro afirmou que o assunto não compete ao governo brasileiro. O COL é o representante político e financeiro da Fifa no Brasil, sendo a CBF "sócia" do comitê.
"O governo não tem porque se intrometer nas relações da Fifa com a CBF. O governo, na preparação da Copa, tem outras responsabilidades", disse Rebelo, após audiência pública no Senado, nesta terça-feira (9), evitando polemizar com Marin.
Desde que assumiu a presidência da CBF e do COL, em março de 2012, José Maria Marin tem sido alvo de pressão.
Além do mal-estar com Rebelo, ele sofre oposição por parte do deputado Romário (PSB-RJ), que entregou na sede da CBF, no Rio, um abaixo-assinado com milhares de assinaturas pedindo sua saída.
O documento defende que evidências ligando Marin à ditadura militar o impossibilitam de comandar o futebol brasileiro e a Copa-2014.
MEDIAÇÃO
Mais cedo, o ministro defendeu que o Estado exerça um papel de mediação em relação à atuação da CBF na organização da Copa do Mundo. Embora seja uma entidade privada, Aldo Rebelo argumenta que "o esporte guarda um grande interesse público".
"O Estado deve ter um poder mediador [sobre a CBF]. Acho que o Congresso também deve ter um papel importante", afirmou Aldo Rebelo, sem entrar em detalhes sobre a forma pela qual isso poderia ocorrer e qual a abrangência dessa mediação.