Folha de S. Paulo


Itaquerão ganha fôlego com a liberação de R$ 156 milhões

O Itaquerão receberá sua primeira cota de dinheiro público. A Prefeitura de São Paulo aprovou a liberação da primeira parcela dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, de R$ 156 milhões, para a obra do estádio.

A arena receberá a abertura da Copa do Mundo em 12 de junho de 2014.

A decisão da gestão Fernando Haddad (PT) foi tomada anteontem à noite em um encontro do comitê de construção da arena, órgão da prefeitura para fiscalizar o andamento das obras.

A emissão dos CIDs (títulos de incentivo fiscal) dará fôlego à construção do estádio, já que o empréstimo do BNDES ainda está travado.

Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians e homem designado pelo clube para cuidar da obra, ameaçou parar a construção caso não nenhum financiamento fosse liberado logo.

De acordo com a prefeitura paulistana, a emissão dos certificados está em andamento, e os títulos devem ser entregues à construtora Odebrecht e ao Corinthians nos próximos dias.

Emitidos, esses títulos serão vendidos no mercado, gerando receita líquida para tocar a obra. Os compradores dos papéis poderão abater o valor de impostos.

Como os CIDs são liberados de acordo com o andamento da construção do Itaquerão, Corinthians e Odebrecht já fizeram outro pedido à prefeitura para a liberação de uma nova parcela.

Os R$ 156 milhões são referentes a uma solicitação de 2012. O ano passado fechou com pouco mais de 60% das obras concluídas. Ontem, a medição da Odebrecht apontou 70% da obra pronta.

EMPRÉSTIMOS

Os responsáveis pela construção esperam que, até o fim do ano, grande parte dos R$ 420 milhões de CIDs programados para o estádio já tenham sido emitidos.

A ansiedade pela emissão dos certificados se dá porque nem a Odebrecht nem o Corinthians quer realizar empréstimos-ponte.

Com o atraso no financiamento público --do BNDES e dos CIDS--, a Odebrecht precisou fazer dois empréstimos-ponte com bancos. Levantou R$ 100 milhões com o Santander e outros R$ 150 milhões com o Banco do Brasil.

O problema é que esses empréstimos têm juros superiores aos que são ofertados pelo BNDES. A estimativa do Corinthians é que esses financiamentos tenham encarecido a obra em R$ 30 milhões.

O empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES ainda está travado porque o BB, escolhido para ser o repassador da quantia, não aceita as garantias da Odebrecht.

O imbróglio não tem prazo para ser resolvido, pois nenhum dos lados cede: a Odebrecht se recusa a oferecer as garantias pedidas, e o BB afirma que só libera a verba após suas exigências serem atendidas.


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