Folha de S. Paulo


Maracanã vai estourar prazo, dizem operários

A 36 dias do prazo prometido à Fifa para o fim da reforma do Maracanã, o canteiro de obras opera com uma meta mais realista: 90% do serviço pronto em 27 de abril.

A informação é de funcionários das empreiteiras que trabalham no estádio e que relataram o cenário à Folha com a condição de não terem seus nomes revelados.

Um contratado da Odebrecht afirmou que a empresa reconhece que entregará 90% da arena no prazo, pois não é possível acabá-la na data fixada. Procurada pela reportagem, a empreiteira não se manifestou. A Odebrecht e a Andrade Gutierrez formam o consórcio contratado pelo governo do Estado para a obra.

As chuvas dos últimos dias contribuíram para o atraso.

O operário justificou que a chuva impossibilita as obras e que o temporal do dia 6, que transformou o miolo do estádio em um piscinão, destruiu o serviço de um mês.

Embora mantenha o discurso de que 92% do serviço foi concluído e de que tudo estará pronto em 27 de abril, a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio) prorrogou o contrato e acertou a permanência das empreiteiras até 24 de maio.

Em nota, afirmou que, "caso haja necessidade de ajustes, o contrato precisa estar em vigor". Serão mais do que "ajustes", diz um especialista que visitou o entorno do Maracanã a convite da Folha --a Emop negou os pedidos de entrada no estádio.

"Não tem como entregar em abril. Mesmo trabalhando neste ritmo de 24 horas, ainda há três ou quatro meses de trabalho", disse Armando Abreu, conselheiro da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio.


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