Folha de S. Paulo


Para chefão de Londres-12, o Rio vai sentir o "coração sair pela boca" até 2016

O britânico Sebastian Coe, 56, ganhou fama internacional como fundista de alto nível. Prova disso é que seu currículo ostenta dois ouros olímpicos dos 1.500 m, conquistados nos Jogos de Moscou-1980 e Los Angeles-1984.

Mas os feitos de Coe nas pistas ficaram para trás. Há anos ele é um dos mais poderosos dirigentes do esporte mundial. De 2003 a 2012, Coe foi o cérebro do organização dos Jogos Olímpicos de Londres, considerados um sucesso de público, crítica e legado.

Sergio Moraes /Reuters
Sebastian Coe foi ao Rio para participar do prêmio Laureus
Sebastian Coe foi ao Rio para participar do prêmio Laureus

Presente ao Brasil no início deste mês para o prêmio Laureus, promovido pela fundação da qual é membro, ele elogiou a preparação do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016. Mas ressaltou que atrasos e indefinições são comuns a qualquer comitê organizador.

"A Olimpíada é uma operação gigantesca e complexa para realizar. Nos bastidores dos Jogos de Londres, houve certos momentos em que o coração saía da boca e eu só tinha esperança de que tudo desse certo. Com certeza meus colegas da Rio-2016 vão se sentir do mesmo jeito em alguns momentos", afirmou à Folha, por e-mail.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem mordido e assoprado a preparação do Rio para 2016. Se elogia a entidade chefiada por Carlos Arthur Nuzman, também faz alertas de que há muitas pendências.

Cinco esportes, por exemplo, ainda não têm sede definida: rúgbi, hóquei na grama, basquete, saltos ornamentais e esgrima.

"Eu tenho muita estima por Nawal El Moutawakel, presidente do comitê de coordenação do COI para 2016, e com o esforço de todos os Jogos do Rio serão memoráveis", disse Coe.

NOVA FUNÇÃO

Ainda no ano passado o dirigente tornou-se presidente da Associação Olímpica Britânica (BOA), que cuida do alto rendimento do esporte no Reino Unido.

Nesse ciclo Coe terá o desafio de tentar manter a evolução de seu país no quadro de medalhas. Nos Jogos de Londres o "Team GB" faturou 65 medalhas e ficou atrás apenas de China e Estados Unidos no quadro geral -se levado em conta o número de ouros (teve 29).

O esporte britânico terá cerca R$ 100 milhões a mais à disposição para investir em seus atletas para alcançar a meta de se manter no TOP 3 entre nações.

"Só se passaram sete meses desde Londres. Mas, se conseguirmos manter a paixão e o comprometimento criados nos Jogos de 2012 e reproduzi-los no Rio, podemos ser ainda melhores. Quem sabe?", indagou.

A delegação britânica deverá fazer sua aclimatação para 2016 no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte. As duas partes já assinaram um memorando de compromisso.

"Ainda não tive a chance de visitar o local, mas soube por membros do meu estafe que as instalações são excelentes", concluiu.

Santi Carneri/Efe
Carlos Arthur Nuzman (à esq.) posa para fotos com Sebastián Coe, no Rio
Carlos Arthur Nuzman (à esq.) posa para fotos com Sebastián Coe, no Rio

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