Folha de S. Paulo


Brasil promete acessibilidade no Rio na Paraolimpíada-16

O diretor-geral do Comitê Organizador do Rio 2016, Leonardo Gryner, assegurou que o Rio de Janeiro será modelo de acessibilidade para deficientes durante os Jogos Paraolímpicos.

A cidade fará uma participação no encerramento das Paraolimpíadas de Londres no domingo.

"Nós vamos fazer do Rio uma cidade muito acessível e isso vai servir de exemplo. Todas as sedes serão acessíveis para deficientes, assim como o transporte público e as principais ruas da cidade", afirmou Gryner.

A declaração foi feita em Londres nesta sexta-feira durante uma coletiva de imprensa.

Na avaliação dele, o megaevento esportivo deve deixar um "grande legado" para os 15% da população do país com necessidades de acessibilidade permanentes. "Através dos Jogos Paraolímpicos, podemos trazer isso para o público e trabalhar para obtê-lo em nossas vidas diárias".

O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons, garantiu que os Jogos Paraolímpicos Rio-16 serão melhores do que os de Londres.

Com 2,7 milhões de ingressos vendidos, a Paraolímpiada de Londres tem sido considerada a mais importante já organizada desde a primeira edição dos Jogos, em Roma (1960). Gryner e Parsons dizem que o Brasil pretende superá-la, inclusive em bilheteria.

"Estamos confiantes de que podemos levantar a barra ainda mais", assegurou Parsons, que disse não ter se surpreendido com o sucesso dos Jogos de Londres. "Quando devolvermos a bandeira ao Comitê Paraolímpico Internacional na cerimônia de encerramento dos Jogos do Rio, o movimento paraolímpico será ainda mais forte".

Ele aponta que os investimentos no Brasil no esporte para deficientes dobraram: de R$ 77 milhões, entre 2005 e 2008, para R$ 165 milhões, entre 2009 e 2012, sendo que 98% desses recursos tiveram origem em verba pública.

Em Londres, atletas brasileiros se destacaram nos Jogos Paraolímpicos --o nadador Daniel Dias ganhou cinco medalhas de ouro e o velocista Alan Fonteles superou a estrela dos Jogos, o sul-africano Oscar Pistorius, nos 200 metros.

Além deles, a seleção brasileira de futebol de cinco para cegos se classificou para a final e pode defender a sua invencibilidade na modalidade, introduzida em 2004 no programa paraolímpico.

Para Parsons, os atletas ajudaram a promover o esporte para pessoas com deficiência no Brasil e a transformar a percepção da sociedade sobre os deficientes, o que pode ajudar o país a melhorar sua acessibilidade.

"Toda criança no Brasil não tem que sonhar em ser o Ronaldo ou Pelé. Podem sonhar em se tornar um Daniel Dias ou a Adria dos Santos. Isso é muito importante. Quando você transforma atletas em heróis, eles fazem parte da sociedade (...) Esse é um grande legado que os Jogos podem deixar".

Parsons reconhece que ainda há um "longo caminho" a ser percorrido em termos de inclusão social de deficientes. "Talvez nós não sejamos um país perfeito em 2016, mas [as Paraolimpíadas] vão ajudar a avançar neste sentido".


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