Folha de S. Paulo


Inglês é o 1º a correr abaixo de 11s e bate brasileiro e Pistorius nos 100 m

O público que lotou o Estádio Olímpico de Londres na quinta-feira, durante a Paraolimpíada, não vibrou nem para o corredor brasileiro Alan Fonteles nem para o sul-africano Oscar Pistorius na prova mais aguardada do dia, os 100 m rasos. A vitória foi do atleta da casa: Jonnie Peacock.

Com o tempo de 10s90, o corredor da Grã-Bretanha, que havia feito o melhor tempo nas classificatórias, arrancou nos metros finais da prova e garantiu o ouro. Foi a primeira vez que alguém correu abaixo dos 11s em uma Paraolimpíada.

"Poderia correr ainda mais rápido, uns 3 décimos mais rápido", afirmou Peacock, 19, que vibrou muito com o resultado e provocou euforia nas arquibancadas que estavam lotadas pelos ingleses.

Pistorius e Fonteles não conseguiram nem lugar no pódio e ficaram na quarta (11s17) e sétima colocações (11s33), respectivamente.

Na primeira largada, o brasileiro, que é biamputado, desequilibrou-se e provocou um novo começo de prova.

Fonteles, que surpreendeu ao vencer o para-atleta sul-africano nos 200 m no último domingo, afirmou que sai "muito feliz, com o sonho realizado de ter conquistado uma medalha paraolímpica".

"Ano que vem vai ter o Mundial na França e vou treinar mais para os 100 m. Quero melhorar o meu resultado", afirmou o brasileiro.

Fonteles largou muito atrás dos adversários e não teve tempo para se recuperar, como fez nos 200 m.

Já Pistorius, que reclamou do tamanho das próteses do brasileiro após a derrota nos 200 m, disse ter ficado satisfeito com seu desempenho de ontem, na prova mais rápida.

"Eu disse que gostaria de ficar entre os três primeiros. Era uma meta realista. Eu fiz o meu melhor, mas não foi o suficiente", afirmou Pistorius. "Não sou velocista".

O sul-africano, primeiro biamputado a competir em uma Olimpíada, defende hoje seu título nos 400 m, sua principal especialidade. Em Pequim-2008, Oscar Pistorius venceu os 100 m, os 200 m e os 400 m.

NATAÇÃO

Daniel Dias ganhou seu quarto ouro e quebrou o recorde mundial nos 50 m costas com o tempo de 34s99. André Brasil também foi ouro --o terceiro dele--, nos 100 m livre, com a prata para Phelipe Rodrigues. O Brasil já conquistou 14 ouros (metade na natação) --o mesmo que a Alemanha--, ficando em oitava no quadro geral.

O jornalista JAIRO MARQUES viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro


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