Folha de S. Paulo


Tribunal adia decisão sobre escândalo sexual de ex-chefe da F-1

Um tribunal francês adiou nesta terça-feira uma decisão para o caso do ex-chefe da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, que processou o tabloide britânico "News of the World" por violação de privacidade na França devido à publicação de fotografias dele numa orgia com cinco prostitutas em 2008 e suposta temática nazista.

Lucas Dolega-23.out.2009/Efe
Mosley, ainda quando dirigia a FIA, em Paris
Mosley, ainda quando dirigia a FIA, em Paris

Mosley, 71, entrou com o processo na França --onde o jornal era distribuído e as leis sobre privacidade são rígidas-- após vencer uma ação por danos num tribunal britânico contra o tabloide que pertencia à News Corp. e foi fechado no início deste ano, na esteira de um escândalo de grampos telefônicos.

O artigo de primeira página, acompanhada por imagens de vídeo, sugeria que Mosley havia organizado o que o jornal chamou de "orgia nazista doentia". Mosley negou que a festa tivesse temática nazista.

Também foi citado como réu o autor do artigo, Neville Thurlbeck, repórter-chefe do "News of The World", que foi preso no escândalo dos grampos telefônicos e posteriormente demitido.

O tribunal não deu uma razão para o adiamento do veredicto e disse que a decisão agora está agendada para 8 de novembro.

Filho de sir Oswald Mosley, líder já falecido de um partido fascista britânico, Mosley atuou como presidente da FIA, órgão que dirige a F-1, até 2009.

Logo após a publicação das fotos e do artigo, Mosley ganhou US$ 95,7 mil (R$ 168,8 mil) de indenização por danos morais em um tribunal britânico por violação de privacidade.

No início deste ano, porém, ele perdeu uma ação no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, para forçar os jornais a avisar as pessoas antes de publicar detalhes chocantes sobre suas vidas privadas.

O News International, subsidiária da News Corp para jornais na Grã-Bretanha, fechou o tabloide campeão de vendas aos domingos em julho, depois de alegações de grampos telefônicos que se transformaram em um escândalo envolvendo não só o grupo de jornais de propriedade do magnata Rupert Murdoch no Reino Unido, mas também a classe política da Grã-Bretanha e da polícia.


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