Folha de S. Paulo


Diagnóstico de pessoas com HIV cresce 18% em 4 anos no país, diz relatório

A fração de pessoas que têm HIV e que sabem que têm o vírus cresceu 18% no país entre 2012 e 2016. No mesmo período, aumentou em 15% o percentual de pessoas com o vírus e que estão em tratamento.

De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, lançado nesta quinta-feira (23) pelo Ministério da Saúde, estima-se que, em 2016, aproximadamente 830 mil pessoas vivem com HIV no país. Dessas, 694 mil (84%) são diagnosticadas.

Nos primeiros seis meses deste ano, o levantamento aponta que quase 35 mil pessoas iniciaram tratamento contra a doença.

Em 2016, das pessoas que estavam tomando antirretroviral há pelo menos seis meses, 91% delas alcançaram a supressão viral, quando a carga fica abaixo de mil cópias de vírus para cada miligrama de sangue, um indicador de sucesso porque quanto menor fora a quantidade de vírus no organismo, menor é a chance de transmissão. Em 2012, esse percentual era de 85%.

Também caiu o tempo que uma pessoa leva, entre o diagnóstico e o início do tratamento do HIV : de 161 dias para 42. Até 30 de junho, haviam no país 517 mil pessoas em tratamento antirretroviral.

A taxa de abandono ou interrupção do tratamento se mantém em 9% –o índice segue constante desde 2013.

HIV

JOVENS COM HIV

O relatório mostra ainda que o maior desafio do país é inserir os jovens no tratamento. Apenas 56% das pessoas que vivem com HIV e que têm entre 18 e 24 estão tomando antirretroviral. E destes, menos da metade apresentavam carga viral baixa.

O SUS (Sistema Único de Saúde) financia toda a terapia antirretroviral do país. O governo diz que gastou R$ 1,1 bilhão com o programa em 2017.

Lançado pelo segundo ano seguido, o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV avalia as metas 90-90-90: (90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas); (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral); e (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral com supressão viral), até o ano de 2020 para o Brasil.

As metas foram instituídas em 2014 pelo Programa das Nações Unidas para Aids (UNAIDS).


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