Folha de S. Paulo


Rio Grande do Sul terá oftalmologista a distância para reduzir filas

Luciana Whitaker/Folhapress

O Estado do Rio Grande do Sul lança nesta segunda-feira (10) projeto inovador de telemedicina em oftalmologia que deve reduzir em até 40% a fila de espera por alguns procedimentos.

Serão oito consultórios oftalmológicos (dois em Porto Alegre e seis no interior do Estado) que receberão pacientes encaminhados pelas unidades básicas de saúde.

Nesses consultórios, o paciente será atendido por um técnico de enfermagem que conduzirá a parte física e presencial do exame oftalmológico (medirá o grau e a pressão ocular, por exemplo).

À distância, oftalmologistas acompanharão os exames em tempo real, numa sala de telepresença instalada na capital gaúcha. Um equipamento instalado no consultório com o técnico e os pacientes capta e transmite as imagens.

Ao final da avaliação, o paciente receberá o laudo impresso do atendimento, e o médico da unidade de saúde terá acesso ao resultado por meio da plataforma de telessaúde.

Segundo Erno Harzheim, secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, pacientes com diagnóstico de catarata, glaucoma e outros problemas oculares continuarão sendo atendidos por oftalmologistas, presencialmente.

"Caso seja necessário o uso de óculos, o paciente receberá a receita do médico de família que o encaminhou, sob supervisão do oftalmologista, e retirará seus óculos gratuitamente em uma ótica conveniada", diz o secretário.

AVAL

Harzheim afirma que todo o projeto foi desenhado com o aval da regional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. "É um projeto que evita deslocamentos desnecessários e leva atendimento com tecnologia de primeiro mundo para todo o Estado."

Cada consultório de teleoftalmologia irá atender 400 pacientes por mês. Quando houver indicação de óculos ou medicamentos, os pacientes serão atendidos nas unidades de saúde.

Atualmente, mais de 9.000 pessoas do interior do estado estão na fila para terem consultas com oftalmologistas.

O tempo médio de espera é em torno de sete meses, mas, em alguns casos, pode demorar mais de um ano. Com o projeto, espera-se que de 30% a 40% dos pacientes tenham seus problemas resolvidos em até seis meses.

Iniciativas de telessaúde semelhantes já foram usadas para reduzir o déficit de atendimento oftalmológico em áreas remotas da Amazônia, por exemplo, mas elas não tiveram continuidade.

A parceria gaúcha envolve o TelessaúdeRS-UFRGS, Associação Hospitalar Moinhos de Vento, Ministério da Saúde, e secretarias Estadual da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.


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