Folha de S. Paulo


Projeto dará nota para reportagens da área da saúde

Jon S/Flickr
Iniciativa tem como modelo projetos similares em países como Japão, EUA e Austrália
Iniciativa tem como modelo projetos similares em países como Japão, EUA e Austrália

As reportagens sobre novos tratamentos poderiam informar melhor o leitor. É partindo dessa premissa que um grupo de pesquisadores da área de farmacoeconomia da UFMG lançará nas próximas semanas o projeto Media Doctor Brasil, que vai monitorar e avaliar notícias da área de saúde, inicialmente, de nove veículos, entre eles a Folha.

Os outros são os jornais "O Globo" e "Estado de Minas", as revistas "Veja", "IstoÉ" e "Época" e os portais G1, Yahoo e UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.

A iniciativa tem como modelo projetos similares (muitos também com o nome de Media Doctor) em países como Japão, EUA e Austrália.

Segundo Augusto Guerra, do Ccates (Centro Colaborador do SUS/Avaliação de Tecnologias e Excelência em Saúde) e um dos idealizadores da iniciativa, os pesquisadores não avaliarão o tom ou o conteúdo crítico de uma notícia, mas, sim, se o texto apresenta o contexto em que se inserem as novidades, as opções disponíveis no Brasil, as fontes da informação e o contraditório, para citar alguns exemplos. A nota final das reportagens será dada em estrelas –cinco, no máximo.

O projeto priorizará a avaliação de textos sobre novos tratamentos para humanos, incluindo novas drogas, vacinas e cirurgias.

"A gente vê a mídia em geral aflita por novas matérias, mas ela não investe a dedicação necessária e acaba divulgando as notícias de uma maneira indesejável", diz.

Um dos problemas frequentes, segundo os pesquisadores, é uma frequente parcialidade dos textos sobre novos tratamentos trazidos pela indústria farmacêutica.

Isso é resultado de um maciço investimento em marketing, afirma o professor Francisco Acurcio. "Os autores dos estudos quase nunca publicam tudo o que sabem, e as novas drogas não são necessariamente mais eficazes e seguras, mas certamente serão mais caras que as atuais."

O jornalista GABRIEL ALVES viajou a convite do Ccates/UFMG


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