Folha de S. Paulo


OMS recomenda novos tratamentos para infecções de transmissão sexual

Tang Chhin Sothy - 22.fev.2016/AFP
Oficial de saúde recolhe amostra de sangue de um morador da província de Kandal, na Camboja, para realizar exame de HIV
Profissional da saúde recolhe amostra de sangue para realizar exame de HIV

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou novos tratamentos adaptados para infecções de transmissão sexual (ITS) comuns, ante a "ameaça crescente" da resistência aos antibióticos. As ITS são doenças causadas por micróbios que se transmitem por contato sexual e é a porta de entrada do vírus HIV, causador da Aids.

Em um comunicado publicado em Genebra nesta terça-feira (30), a OMS se referiu especificamente a clamídia, gonorreia e sífilis, que em geral são curadas com antibióticos mas são "cada vez mais difíceis de tratar", porque alguns desses medicamentos perdem eficácia "pelo uso indevido ou excessivo".

A OMS calcula que a cada ano 131 milhões de pessoas contraem clamídia, 78 milhões gonorreia e 5,6 milhões sífilis. Entre essas três, a gonorreia é a mais resistente aos antibióticos, adverte o documento, acrescentando que algumas das cepas das suas bactérias são "multirresistentes" e "não reagem a nenhum dos antibióticos existentes".

As bactérias que provocam a clamídia e a sífilis também resistem aos antibióticos, acrescenta o comunicado. "A clamídia, a gonorreia e a sífilis são grandes problemas de saúde pública no mundo todo, que afetam a qualidade de vida de milhões de pessoas e causam patologias graves e até mesmo a morte", afirma o diretor do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS, Ian Askew.

A OMS "reitera a necessidade de tratar estas ITS com os antibióticos adequados, nas doses corretas e no momento oportuno a fim de reduzir sua propagação e melhorar a saúde sexual e reprodutiva", destaca Askew.

Se essas doenças não são diagnosticadas nem tratadas, "podem provocar graves complicações e problemas de saúde a longo prazo para as mulheres, como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e aborto", afirma o documento.

Da mesma forma, "a gonorreia e a clamídia podem provocar infertilidade tanto em homens quanto em mulheres", acrescenta. Essas doenças "também podem duplicar ou triplicar o risco de uma pessoa se infectar com HIV. Uma ITS não tratada durante a gravidez aumenta o risco de mortinatalidade e de morte neonatal", conclui a OMS.


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