Folha de S. Paulo


Brasil lidera novos casos de HIV na América Latina, diz Unaids

As novas infecções por HIV cresceram 4% no Brasil entre 2010 e 2015, representando 40% das dos casos novos da América Latina e Caribe. Mas, de maneira geral, os números se mantêm estáveis no mundo.

O relatório da Unaids (agência da ONU para Aids) "Lacuna na Prevenção" foi divulgado nesta terça (12). A publicação estima que 1,9 milhão de pessoas foram infectadas por ano nos últimos cinco anos.

O texto estima que, em 2015, havia 830 mil pessoas vivendo com Aids no Brasil. No mundo, o número estimado é superior a 36 milhões. Entre 2000 e 2014, 15 mil pessoas morreram no país por complicações de saúde derivadas da Aids.

Os casos de infecção por HIV permanecem concentrados nas populações de risco, segundo o relatório. Na região do Caribe e América Latina, um terço das novas infecções de 2014 ocorreram entre homens gays e homem que fazem sexo com homens. Mulheres transgênero são o grupo com maior prevalência de HIV.

A dificuldade de acesso a métodos de prevenção continua sendo um dos principais motivos que levam ao aumento dos casos. O relatório exemplifica que somente seis países latino-americanos e caribenhos disponibilizam preservativos femininos gratuitamente. O Brasil está entre eles. Populações jovens estão "desproporcionalmente em risco de infecção por HIV", afirma o relatório.

VIOLÊNCIA

A violência contra populações de risco, como a LGBTI, continua sendo um problema na garantia de direitos, segundo o relatório.

Foram assassinadas 802 pessoas transgêneros no Brasil entre 2008 e 2015. No México, foram 229 mortes. Os dois países possuem os maiores número absolutos do mundo. A vasta maioria dos casos de violência contra a população LGBTI permanece sem punição, diz o relatório.


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