Folha de S. Paulo


'Pílula do câncer' ainda não passou nem pela fase 1 de pesquisa clínica

O incidente com a droga BIA 10-2474 na França, na primeira fase de testes em humanos, mostra a necessidade de um adequado registro e execução das fases de um estudo clínico. No Brasil a fosfoetanolamina, ou "fosfo", não passou nem pela primeira fase de testes em humanos.

A substância de baixíssimo custo, que era estudada na USP de São Carlos por seus supostos efeitos contra o câncer, virou alvo de polêmica no país no final de 2015.

Foram aprovações e cassações de fornecimento da droga, depoimentos de pacientes e narrativas de como uma molécula sai de um laboratório de química para virar tratamento.

Oncologistas e a comunidade científica criticaram as decisões do Judiciário, e políticos locais passaram a incentivar a distribuição das cápsulas aos pacientes, mesmo sem os testes.

Os governos federal e do Estado de São Paulo reagiram. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou o investimento de R$ 10 milhões em pesquisas com a droga e o governo estadual pretende fabricá-la e testá-la com o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

Esperava-se que os resultados dessa busca –saber se a droga funciona– saísse rapidamente, mas a documentação para fazer o estudo ainda aguarda aprovação da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e da Anvisa.

Remédio anticâncer


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