Folha de S. Paulo


Instituto do Câncer ofereceu estrutura para testar suposta droga contra câncer

O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp) ofereceu sua estrutura para testar clinicamente a substância fosfoetanolamina, distribuída na USP de São Carlos e supostamente ser capaz de curar o câncer.

Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, afirma que entrou em contato tanto com os pesquisadores da USP quanto com o seu reitor, Marco Antonio Zago. Este se mostrou interessado, mas Hoff ainda não recebeu uma resposta dos cientistas de São Carlos.

A cápsula é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas ainda não passou por testes em humanos necessários para testar sua eficácia. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.

"O necessário agora é um estudo clínico, em vez de sair distribuindo o produto", afirma Hoff. "Naturalmente não precisa ser feito conosco, mas acho que, se um produto apresenta evidências pré-clínicas interessantes, deve ser avaliado da maneira estabelecida internacionalmente."

Nesta terça-feira, o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, teve uma reunião com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin, que concedeu uma liminar que liberou a entrega das cápsulas a um paciente do Rio de Janeiro.

"O ministro acha que o Supremo não é o lugar para discutir. Ele acha que a Justiça tem que participar, mas que é um assunto relacionado as entidades médicas e cientificas. Acho que ele tem razão."

O ministro tem ressaltado que sua decisão liberando a entrega da substância para um paciente foi "excepcional" e não abre precedente para que outros pacientes em situações diferentes consigam acesso às cápsula.


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