Folha de S. Paulo


Sociedade de câncer dos EUA quer que mulheres façam menos mamografias

A Sociedade Americana de Câncer lançou novas diretrizes nesta terça (20), recomendando que mulheres com um risco moderado de câncer de mama comecem a fazer mamografias mais tarde e menos frequentemente.

A entidade agora recomenda o exame anualmente dos 45 aos 54 anos. A partir daí, as mulheres devem fazer a mamografia a cada dois anos enquanto forem saudáveis e tiverem expectativa de mais dez anos.

A organização disse também que não recomenda mais exames clínicos das mamas, pelos quais os médicos podem sentir nódulos, a mulheres de qualquer idade sem sintomas de anormalidade.

Antes, a Sociedade Americana de Câncer recomendava mamografias e exames clínicos todos os anos, a partir dos 40.

A mudança reflete as evidências crescentes que mostram que a mamografia é imperfeita, menos útil em mulheres mais jovens e apresenta inconvenientes como falsos-positivos (que levam a novos exames, como biópsias, para confirmar se de fato se trata de câncer).

Estudos também já mostraram que a mamografia anual não reduz mortalidade.

As novas diretrizes, porém, ainda não são o ponto final sobre o assunto. Há outros grupos que recomendam que o exame seja feito mais frequente e precocemente, e outros que indicam o contrário, deixando que pacientes e médicos tomem suas decisões em meio a mensagens conflitantes.

De fato, a entidade deixa bastante espaço para as preferências das mulheres no texto. Ainda que não recomende mais as mamografias para mulheres de 40 a 44 anos, a entidade diz que essas mulheres deveriam ainda "ter a oportunidade" de fazer o exame se assim quiserem.

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde, atualizada em 2015, é que mulheres entre 50 e 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos.

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), começar a fazer mamografias antes dos 50 anos pode aumentar o risco de exames com resultados falso-positivos e de biópsias desnecessárias.


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