Folha de S. Paulo


Cameron pede perdão por transfusão de sangue infectado nos anos 70 e 80

O primeiro-ministro britânico David Cameron pediu desculpas nesta quarta-feira (25) para milhares de pessoas que foram infectadas com HIV e hepatite C, após tratamento de outras doenças com sangue contaminado, nas décadas de 70 e 80.

Sobreviventes e parentes de pessoas que morreram após serem infectadas através de terapias à base de sangue ou de transfusões fizeram por anos uma campanha para obter informações sobre o que aconteceu e ter os responsáveis apontados.

Muitos dos infectados eram hemofílicos e pessoas que necessitaram de transfusões de sangue em situações de emergência. Os tratamentos foram fornecidos pelo serviço estatal de Saúde (NHS).

Cameron foi questionado sobre a questão no Parlamento, ao mesmo tempo que um levantamento sobre infecções por HIV e do vírus da hepatite C na Escócia teve seus resultados divulgados.

"É difícil imaginar a sensação de injustiça que as pessoas devem sentir por estarem infectados com hepatite C ou HIV", disse Cameron à Câmara dos Comuns.

"Eu gostaria de pedir desculpas em nome do governo por algo que não deveria ter acontecido", disse ele, acrescentando que o governo vai fornecer até £ 25 milhões (R$ 120 milhões) em 2015-16 para criar um sistema de compensação para as pessoas afetadas.

No entanto, o relatório irritou vítimas, porque concluiu que, dado o conhecimento científico que estava disponível na época, pouco poderia ter sido feito diferente para evitar infecções.

Infecções de HIV e hepatite C através de tratamentos de sangue ocorreram em vários outros países durante os anos 70 e 80. O relatório disse que quando comparado ao ocorrido em outros países, as ações no país "se saíram bem".


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