Folha de S. Paulo


Em teste na América Latina, vacina contra a dengue reduz 60% dos casos da doença

Testes de uma vacina contra a dengue na América Latina mostraram que ela foi capaz de reduzir em 60% o número de casos da doença.

Foi a cobertura mais alta já conseguida nos estudos para a criação de uma imunização contra o vírus.

Os resultados foram anunciados pela Sanofi Pasteur, que produz a vacina, mas ainda não foram publicados em uma revista científica. Em novembro, eles devem ser apresentados em um congresso nos EUA.

Os dados são similares aos do teste da vacina na Ásia, que conseguiu redução de 56% dos casos de dengue. O estudo asiático foi feito com 10 mil crianças e adolescentes de 2 a 14 anos. Na América Latina, foram 20 mil pessoas de 9 a 16 anos, em cinco países.

No Brasil, cerca de 3.500 crianças e adolescentes receberam a vacina experimental nas cidades de Vitória, Fortaleza, Natal, Campo Grande e Goiânia, numa parceria da Sanofi e de universidades. Os voluntários foram acompanhados por um ano.

"A circulação da dengue varia muito. Em cada região há sorotipos mais prevalentes. Por isso é importante ter estudos em diferentes locais e com diferentes faixas etárias", afirma Lucia Bricks, diretora de saúde publica da Sanofi Pasteur no Brasil. "Os estudos da Ásia e da América Latina se complementam."

Segundo Bricks, a eficácia da vacina contra os quatro subtipos da dengue em circulação foi de 50% para o tipo 1, 42% contra o tipo 2, 74% contra o 3 e 77% contra o tipo 4.

Especialistas afirmam que é importante que a vacina tenha um alto nível de proteção contra os 4 tipos, já a pessoa infectada pode ficar imune ao tipo que contraiu, mas ainda vulnerável aos outros. Se ela for infectada novamente, o risco de dengue hemorrágica aumenta.


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