Folha de S. Paulo


Paracetamol não é eficaz para tratar dor na lombar, diz estudo

O uso de paracetamol (princípio ativo do Tylenol, usado para tratar dores) não demonstrou ser mais eficaz do que comprimidos de placebo para tratar episódios de dor aguda na lombar, concluiu um estudo publicado na revista médica "Lancet".

O trabalho teve a participação de 1.643 pessoas com o problema. Elas foram divididas em três grupos. Todos receberam duas caixas com pílulas: uma de uso diário e a outra, "para quando fosse preciso", em caso de dor.

O primeiro grupo recebeu duas caixas com paracetamol e, o segundo, as duas com placebo. Um terceiro grupo recebeu a caixa regular com placebo, mas a segunda com paracetamol. Todos tiveram resultado parecido.

O tempo médio para que a dor sumisse foi de 17 dias.

Na opinião do médico Claudio Fernandes Corrêa, coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, o estudo não deve alterar a rotina de tratamento nos consultórios. "O paracetamol não é uma terapia comum para esses casos de lombalgia."

A GSK, que fabrica paracetamol e patrocinou o estudo, disse que "apoia a pesquisa contínua sobre o uso eficaz de paracetamol e irá rever quaisquer novos estudos dentro do contexto mais amplo de pesquisa existente", mas que não espera que o estudo vá mudar as atuais recomendações da droga.

A Johnson & Johnson, que fabrica o Tylenol, destacou os 150 estudos que confirmam a segurança do paracetamol e disse que é preciso considerar todo escopo de evidências antes de alterar diretrizes.


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