Folha de S. Paulo


Remédio apaga memórias traumáticas em estudo com roedores

Em 2004, o filme "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças" mostrou um tratamento fictício para apagar memórias e pessoas indesejadas. Por enquanto, isso ainda está bem longe da realidade, mas cientistas deram o primeiro passo para apagar memórias traumáticas. Pelo menos em roedores.

Em experiências com camundongos, a droga fingolimod, usada no tratamento da esclerose múltipla, conseguiu livrar os roedores de memórias de dor física. Os pesquisadores cogitam, no futuro, empregar o remédio para apagar memórias dolorosas de pessoas que sofreram dores e traumas.

No trabalho, publicado na revista "Nature Neuroscience", alguns animais receberam a droga e depois levaram um choque elétrico leve.

Os camundongos tendem a parar de se mexer quando a ansiedade está alta, e eles deveriam temer o local onde eles levaram o choque. Mas os roedores que haviam recebido o fingolimod tiveram esse comportamento rapidamente reduzido.

Os pesquisadores esperam que o remédio possa ser usado para "apagar" sensações ruins associadas a traumas. Esse processo poderia ajudar no tratamento de estresse pós-traumático e as fobias relacionadas a ele.

Agora, o time de cientistas espera desenvolver uma versão melhorada do remédio, que apague as memórias traumáticas mas não cause problemas no sistema imunológico.


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