Folha de S. Paulo


Estudo mede sedentarismo infantil no Brasil e no mundo

Dados preliminares de um estudo que reúne 12 países, entre eles o Brasil, com o objetivo de analisar fatores ambientais que podem influenciar na obesidade infantil serão apresentados hoje (11) no 5º Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública.

A pesquisa, que deve ser publicada em 2015, acompanha, há três anos, 500 crianças de 10 e 11 anos em cada país. Além de avaliar peso, altura e gordura corporal, os especialistas analisam uma série de fatores relacionados ao ambiente interno e externo a escola, como o número de bebedouros na escola e a presença de faixa de pedestre em frente ao local de ensino.

No Brasil, foram selecionadas aleatoriamente 500 crianças de 10 e 11 anos de escolas públicas da cidade de São Caetano do Sul. "Temos uma base muito grande de dados de jovens dessa cidade, então é possível fazer uma série de cruzamentos estatísticos", diz Victor Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul e líder da pesquisa no país. Segundo ele, a ideia da pesquisa não é fazer uma representação nacional, mas, sim, de utilizarmos amostras locais significativas de diferentes países.

Segundo a pesquisa, 39% das crianças estudadas estão acima do peso. "Se nós temos tanta crianças acima do peso em São Caetano, que tem um nível socioeconômico e educacional melhor que a média brasileira, é provável que tenhamos uma situação bem pior no resto do país."

Outro dado relevante foi a associação encontrada entre nível educacional dos pais e quantidade de exercícios que os filhos fazem.

Um dos destaques do estudo, segundo Matsudo, é o uso de um acelerômetro, que permite medir a intensidade dos exercícios praticados pelas crianças. "Isso nos permite ter dados muito mais próximos da realidade, em comparação com pesquisas que usam questionários."


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