Folha de S. Paulo


Faltam dados sobre a eficácia da operação

Não há um consenso sobre a indicação da mastectomia profilática mesmo em casos de mulheres com risco de desenvolver câncer de mama ou de ovário.

A questão é que falta evidência científica de que o procedimento seja mais eficaz para a prevenção de mortes em relação a métodos menos radicais, como exames periódicos e uso de medicamentos.

'Efeito Angelina' eleva procura por cirurgia

Segundo o mastologista José Luiz Bevilacqua, não existem estudos sólidos que comparem os desfechos da mastectomia preventiva com os de outras alternativas. O melhor trabalho até agora, indicou uma queda de 90% do risco de câncer de mama com a cirurgia.

No entanto, em mulheres de alto risco com hiperplasia atípica (células da mama se desenvolvem de forma inusual e que predispõem a mulher ao câncer), a droga tamoxifeno conferiu uma diminuição de risco de 86%.

Como alternativa à mastectomia preventiva, mulheres de alto risco podem fazer um rastreamento mais frequente, intercalando a cada seis meses exames de mamografia e ressonância magnética, e em uma idade mais precoce --a partir dos 25 anos.

Também é possível optar pela quimioterapia preventiva. "Cada caso é um caso e todos os riscos e benefícios de um método ou de outro devem ser colocados à mulher", diz.

Para Bevilacqua, avanços tecnológicos no diagnóstico de imagem deixaram a vigilância das mamas mais fácil, o que deve tornar a cirurgia profilática menos frequente.


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