Folha de S. Paulo


Surto de meningite atinge gays em Nova York

Em uma ameaça que faz lembrar o clima da proliferação da Aids nos anos 1980, uma nova onda de contaminação perturba a comunidade gay em Nova York.

Uma sequência de casos de meningite, que já matou sete homens desde 2010, contaminou mais quatro entre janeiro e fevereiro, de acordo com o Departamento de Saúde de Nova York.

Um dos caminhos do contágio, segundo as autoridades de saúde, são os aplicativos de celular usados para marcar encontros entre desconhecidos.

"Recomendamos a vacinação aos homens que tenham contato íntimo regularmente com outros homens por meio de encontros marcados pela internet, aplicativos digitais ou em festas e bares", informou o departamento.

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Lançado em 2009, o Grindr é um dos mais populares. Ele oferece ao usuário fotos de rosto ou de corpo dos parceiros disponíveis na região.

Para colaborar com a campanha de prevenção da meningite, o programa deixou mensagens sobre o problema aos usuários em Nova York que acessassem o serviço.

O Scruff, outro aplicativo que oferece esse serviço, também cedeu espaço ao tema.

Aos que pretendem viajar para Nova York e participar da cena gay da cidade, é razoável se vacinar, segundo Demetre Daskalakis, do Centro Médico Langone, da Universidade de Nova York, que visita casas noturnas para aplicar as doses em interessados durante as festas.

O laboratório do departamento de saúde detectou que a meningite é bacteriana do grupo C. Há indicadores de que a variedade em circulação agora é uma alteração de outra existente em Nova York pelo menos desde 2003.

Reflexões sobre o motivo pelo qual só homens gays tenham sido contaminados são tratadas com cautela pelo receio de soarem homofóbicas.

"Não é promiscuidade, é concentração. Eles vão a bares para esse público e são uma comunidade relativamente fechada. A doença circula entre eles", disse Albert Levy, professor do New York Medical College.

Não é preciso fazer sexo para pegar meningite. Um cigarro compartilhado, um drinque ou um beijo podem levar ao contágio. A doença pode ser fatal se não for tratada rapidamente. Febre alta, dor de cabeça e pescoço rígido são alguns dos sintomas que podem aparecer entre dois e dez dias após a exposição.


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