Folha de S. Paulo


Cientista quer criar centro de estudos sobre o autismo no Brasil

Em sua última visita ao Brasil, o biólogo Alysson Muotri fez uma parada em Brasília antes de visitar São Paulo. Em sua agenda estavam marcadas reuniões para apresentar a proposta de criar um centro de estudos de excelência sobre autismo no Brasil, ideia que vem sendo discutida junto com organizações de pais de autistas no Brasil.

O cientista espera que o centro seja capaz de levantar recursos, realizar atividades educacionais e recrutar pacientes que sejam avaliados em trabalhos de pesquisa. Tudo, porém, em caráter "não assistencialista".

No primeiro dia, encontrou-se com Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil. "Acabei dando uma aula de biologia para ela, e ela adorou", disse. Segundo Muotri, o modelo exato de financiamento para a proposta ainda está em estudo, mas mesmo que a iniciativa privada se mostre uma opção mais adequada, o centro de estudo deve manter algum grau de vínculo com o governo.

"A ministra da Casa Civil sinalizou interesse, e o ministro Padilha (Saúde) também", diz a educadora Luciana Nassif, mãe de uma menina autista, que assessorou Muotri na elaboração da proposta.

A ideia que mais entusiasma os pais de crianças autistas é a perspectiva de que um dia ensaios clínicos de tratamentos possam ser realizados em tal instituição.

"Para quem só tinha um horizonte sombrio, sem nenhuma perspectiva de melhora e muito menos de cura, a pesquisa virou uma grande possibilidade", diz Nassif. "Eu mesma
acredito tanto na pesquisa que colocaria minha filha nos testes."


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