Folha de S. Paulo


Preço de remédio para anemia varia até 1.500%, segundo relatório da Anvisa

Um tratamento com remédios para combater a anemia por deficiência de ferro pode custar quinze vezes o preço de outra terapia, indica estudo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O boletim analisou valores de 26 produtos disponíveis no mercado, com três substâncias diferentes (sulfato ferroso, ferripolimaltose e ferro aminoácido quelato). Eles integram a categoria de "medicamentos específicos" e não têm separação entre genérico, similar e de referência.

A maior diferença de preços encontrada é entre o sulfato ferroso mais barato (R$ 5,65) e o ferro aminoácido quelato mais caro (R$ 88,49).

Entre o mesmo princípio ativo, a maior disparidade constatada está na categoria do sulfato ferroso. A marca mais cara sai por R$ 36,96.

Para o cálculo, a agência considerou o valor de um tratamento mensal com dose de 120 mg/dia de ferro elementar, em três meses de tratamento. E o preço máximo de venda ao consumidor, sob a alíquota de 18% de ICMS.

A anemia por falta de ferro atinge principalmente crianças e mulheres no ciclo reprodutivo. Sintomas comuns dessa falta de ferro no corpo são fadiga generalizada, falta de apetite e palidez.

De acordo com o estudo, apesar da grande variação de preços entre os produtos, não há, na literatura científica, "superioridade em termos de eficácia para normalização das taxas de hemoglobina".

O boletim, que será divulgado hoje, quer oferecer informações a pacientes e "reduzir a assimetria de informações no mercado", diz Gabrielle Troncoso, gerente de avaliação econômica de novas tecnologias da agência.


Endereço da página: