Folha de S. Paulo


Ventrículos artificiais salvam paciente

Carlos Alberto Gomes, de 55 anos, foi o segundo paciente no Brasil a receber com sucesso um dispositivo mecânico de assistência circulatória biventricular. Trata-se de um coração artificial temporário que tem o objetivo de manter o paciente vivo enquanto aguarda pelo transplante.

Foram 15 dias em que seu coração só bateu graças à engenhoca composta por duas bombas externas que impulsionam o movimento do sangue pelas artérias. Colocado na lista prioritária de transplante, ele recebeu o novo órgão ao final desse período e hoje ser recupera em casa.

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A mulher de Carlos, Íris Fernandes Gomes, 41, conta que desde 2009 os médicos que o acompanhavam diziam que seu caso era de cirurgia: ele deveria colocar um marcapasso. Mas, assustado com essa possibilidade, recusou-se a passar pelo procedimento.

Karime Xavier/Folhapress
O paciente Carlos Alberto Gomes, 55, recebeu um dispositivo mecânico de assistência circulatória biventricular
O paciente Carlos Alberto Gomes, 55, recebeu um dispositivo mecânico de assistência circulatória biventricular

"Ele não queria. Só continuou tomando o remédio. Mas tinha muita falta de ar. Uma hora, o coração não aguentou. Fomos para o hospital e o médico repetiu que era um caso de cirurgia", diz Íris. Carlos ainda voltou para casa, mas passou mal outra vez e foi internado na Beneficência Portuguesa.

Lá, a equipe começou a estudar a possibilidade de um transplante. "Foi quando uma noite no meio de fevereiro ligaram para a gente ir para o hospital porque o Carlos tinha passado mal e assim não poderia ficar. Os médicos decidiram implantar essa bomba para ele aguentar esperar o transplante", conta.

Hoje, depois de um transplante bem-sucedido, Carlos já retoma a vida normal. "Ele foi se recuperando e está muito bem, andando, subindo escada. Já até pegou um resfriado e sarou." O primeiro caso bem-sucedido foi no Hospital de Messejana, no Ceará, especializado em doenças cardíacas.


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