Folha de S. Paulo


'Se tusso, sinto o aparelho dentro de mim, mas não dói', diz primeiro a receber dispositivo

O ex-vendedor Marcelo Loeb, 42, foi o primeiro brasileiro a receber com sucesso um coração artificial definitivo (dispositivo de assistência ventricular esquerda).

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"Em 1998, fiz um check-up que detectou o problema cardíaco. Até 2008, tive uma vida normal, só com remédios: fazia musculação, trabalhava... Foi quando a situação começou a complicar e tive que fazer uma angioplastia.

Trabalhava na área de vendas. Primeiro pedi férias, depois parei de trabalhar. Morava em Santa Catarina e vinha a cada três meses para São Paulo para fazer consultas.

Desenvolvi hipertensão pulmonar, por isso era incapacitado para receber transplante. Foi quando eles tiveram a ideia de colocar essa máquina, que faz o papel do ventrículo esquerdo.

Fiquei seis meses no hospital depois do implante, dois meses em coma induzido. Como fiquei muito tempo sem andar, faço fisioterapia. Hoje estou normal.

Quando você tosse ou abaixa, sente alguma coisa dentro de você. Não que incomode: é estranho, mas não dói. Também tem que carregar uma mala com duas baterias.

A pressão pulmonar voltou ao normal, por isso pude voltar para a fila de transplante. O pessoal do InCor fala bastante da parte psicológica, que não posso ter muita expectativa nem ansiedade, que é para ficar tranquilo enquanto espero pelo órgão."

Alessandro Shinoda/Folhapress
Marcelo Loeb foi o primeiro paciente a sobreviver a um implante de coração artificial definitivo no Brasil
Marcelo Loeb foi o primeiro paciente a sobreviver a um implante de coração artificial definitivo no Brasil

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