Folha de S. Paulo


'Mãe de primeira viagem precisa de ajuda', diz gestante auxiliada por SMS

Durante a gestação, o parto e a primeira infância da filha, Isabelly, de seis meses, a catarinense Jéssica Engel, 18, contou com a ajuda de um amigo digital: o SMSBebê.

O que é normal? Quando é melhor procurar o médico? Como se alimentar? As dúvidas frequentes para gestantes de primeira viagem foram sanadas em sua maioria pela tecnologia desenvolvida pela Tá.Na.Hora Saúde Digital, que tem Michael Kapps como um de seus fundadores.

O russo é um dos finalistas do Prêmio Empreendedor Social de Futuro e também concorre na categoria Escolha do Leitor, que está com votação aberta; participe.

"Ser mãe é muito difícil. [...] Tem que estar preparado a todo momento, para qualquer coisa", diz a jovem, que conheceu durante o pré-natal o SMSBebê, serviço oferecido pela prefeitura de Rio Negrinho (SC) a gestantes que utilizam a rede pública de saúde do município.

Na Lata
Jéssica Engel e o marido Jefferson Kuitschal são pais de primeira viagem da bebê Isabelly
Jéssica Engel e o marido Jefferson Kuitschal são pais de primeira viagem da bebê Isabelly

Com o auxílio dos SMS, Jéssica acompanhou com mais segurança as várias etapas o desenvolvimento de sua filha.

Leia seu depoimento à Folha.

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Foi uma emoção e tanto descobrir que estava grávida. Logo que comecei o pré-natal, entrei no SMSBebê. A doutora me chamou para conversar e me explicou como funcionava. Na hora aceitei porque mãe de primeira viagem sempre precisa de uma ajuda.

As mensagens ajudaram muito na preparação do parto. Sempre tem aquele medinho. Vinham dicas para eu me preparar caminhando, conversando com o pai da criança, tendo bastante diálogo em família, pensando em coisas boas para não ficar nervosa.

Se não fosse o SMS, se tivesse alguma dúvida teria que ir lá no posto de saúde e perguntar para o médico. Nem sempre a gente tem acesso, tem que ficar marcando consulta.

Já SMS é bem fácil. Eles vêm automaticamente e tira as dúvidas que a gente tem na gravidez, com o passo a passo do que precisa fazer, além de ensinar como se sentir confortável durante a gestação.

O parto foi sofrido, mas depois tudo compensa. É muito gratificante quando minha filha olha para mim e dá aquele sorrisinho que só ela tem. Quando deu a primeira gargalhada. É muito divino ser mãe.

No começo, foi bem difícil, não vou mentir, até porque não tinha experiência nenhuma. O SMS ensina como fazer o bebê dormir, por exemplo. Vieram dicas, para conversar com ela, cantar uma música de ninar.

APRENDIZADO

A melhor mensagem de texto que recebi pelo celular durante a gravidez foi, na verdade, meu marido que recebeu. "Papai, mime muito sua mulher, a mãe do bebê", dizia o SMS. E veio outra também para ele fazer massagem nos meus pés. Amei. Meu marido sempre foi muito presente. Antes da gestação, durante, depois.

Agora, pelos SMS a gente também acompanha passo a passo as vacinas da nossa filha, sempre leva ela certinho [no posto de saúde]. Quando veio uma mensagem da vacina de quatro meses, davam dica também do que fazer no caso de reação.

Foi muito importante e é até hoje, porque ainda não aprendi tudo que eu tenho para aprender.

Tenho só 18 anos. Tenho responsabilidade, mas ser mãe é muito difícil. Você não sabe a noite que vai conseguir dormir. Ou seja, temos que estar preparados.

O maior desafio foi quando tive que passar noites em claro. Pensava: "Será que vou conseguir criá-la?" Sei que ansiedade é comum. Só que eu era ansiosa demais.

Daí vinham as mensagens: "Mamãe, fique tranquila. Ansiedade e nervosismo são normais, mas converse com o papai." Aí já dava um ânimo.

Quando a neném fica doente, temos que nos controlar e procurar saber o que fazer. Não sou muito calma, mas minha filha também em ensina e me ajuda a ter paciência.

DESENVOLVIMENTO

Recebi mensagens me ensinado como ajudar a coordenação motora do bebê. Aí a gente vai fazendo e percebendo melhoras. Agora ela segura até mamadeira sozinha. Eu não sabia que tinha de estimular, achei que ia vir dela.

Quem vai fazer o seu filho é você mesmo. A gente tem que estar ali para incentivar, dar apoio.

O Jefferson também é um pai bem ativo. Como fiz cesárea, Nos primeiros dias, ele trocava, dava banho lá no hospital. Em casa, a minha dieta inteira foi ele que cuidou. Eu não dava conta de tudo sozinha.

Pelo SMS, vieram dicas para a alimentação, coisas que eu poderia ingerir, como carne de porco que poderia fazer mal ao bebê. Café também. Achei que podia tomar. Eu não sabia que a cafeína ia deixar o bebê fraco, passar pelo leite. Vieram muitas mensagens assim.

Lógico que segui todas as dicas importantes. Não só pensando em mim, mas na minha filha.


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