Folha de S. Paulo


Unidos por aplicativo de mensagens, jovens criam ONG para ajudar comunidades do Pará

Eles são jovens e se uniram em um grupo no aplicativo para celulares Whatsapp, devido a uma série de gostos e ideias em comum. São estudantes universitários, moram em Belém, capital do Pará, admiram a trajetória da pintora mexicana Frida Kahlo e, principalmente, são insatisfeitos com a situação política brasileira.

Diante dessa situação, a ideia de fundar uma ONG para "ajudar qualquer tipo de pessoa que passa por necessidades e fazer o mundo delas mais feliz" nasceu naturalmente em uma conversa no aplicativo. Assim, em 2013, nasceu a Flores de Kahlo. Mas esse nome não foi por acaso. Segundo o grupo, Frida pintava flores em quadros para que não murchassem e é isso que eles querem que aconteça com o projeto.

Juntos, os adolescentes realizam pequenas ações sociais na periferia de Belém, levando alimentos, roupas, brinquedos e carinho para quem precisa. "Geralmente escolhemos uma instituição que é esquecida ou não é muito conhecida e vamos lá", conta o idealizador e diretor da ONG, Raidol Saldanha. No grupo, cada um tem sua função, de acordo com o talento ou formação. Eles se dividem em responsáveis pela arte, marketing, diretorias e tesouraria.

Para conseguir as doações, os jovens promovem uma mobilização pelas redes sociais e acabam conseguindo de presentes a produtos de limpeza. No último Natal, eles presentearam 500 crianças de uma creche da capital.

"O grupo começou com uma ideia minha. Sempre fui um adolescente bem revoltado com a situação política do Brasil. Mas eu só culpava o governo, nunca parei para pensar que a culpa também é minha de não fazer nada para mudar essa situação", diz Saldanha. Por medo, ele acabava não tomando iniciativa, mas quando chamou a amiga Maria Paula tudo mudou. O assunto repercutiu nas conversas dos amigos, o que fez muitos aderirem ao projeto.

"Isso [ajudar os outros] é muito gratificante quando vemos a felicidade da pessoa. Mais do que carência de coisas materiais, é de carinho. Isso faz a gente se sentir útil e a vida valer a pena", conta a tesoureira, Maria Helena Malheiros. Dessa forma, acabaram fortalecendo ainda mais a amizade e aumentando o círculo de relações com colegas de colegas que também queriam ajudar e essa é a meta deles: inspirar outras pessoas. "Porque ajudar os outros é a forma mais bonita de alimentar nossa alma", diz a também diretora Giovana Nobre.

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Até a abertura da Copa do Mundo, o Imagina na Copa vai contar 75 histórias de jovens que estão transformando o Brasil para melhor.
Os vídeos serão publicados no site Imagina na Copa e aqui, no Empreendedor Social.


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