Folha de S. Paulo


"Existe uma grande diferença entre ser consciente e estar conscientizado"

Quando ainda tinha 16 anos, a estudante Monique Evelle, 18, criou uma rede de jovens que busca transformar a realidade da periferia de Salvador.

A Desabafo Social cria ações para despertar e aprimorar o senso crítico de crianças e adolescentes para as questões de direitos humanos.

Desde 2011, o grupo promove atividades como oficinas, debates e diálogos e, em dois anos, já impactou, sem apoio financeiro, 40 crianças e adolescentes no bairro Nordeste de Amaralina.

Divulgação
Futebol de rua promovido pela Desabafo Social
Futebol de rua promovido pela Desabafo Social

As oficinas abordam temas como segurança na internet, exploração sexual, trabalho infantil, meio ambiente e liberdade de expressão.

Atualmente, sete jovens trabalham diretamente no projeto, que conta também com articuladores em São Paulo, Ceará, Pará, Maranhão e Rio Grande do Norte, atuando em ONGs, escolas e em movimentos sociais.

Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a Bahia está em sétimo lugar no ranking dos Estados que mais receberam denúncias de violação dos direitos das crianças e adolescentes, entre janeiro e abril de 2013. Em relação às denúncias de violência sexual, a região sobe para a terceira posição.

As atividades da Desabafo Social visam conscientizar as crianças sobre quais são esses riscos, como e onde podem ocorrer, além de abordar os direitos das crianças em diferentes aspectos.

"Uma menina que tinha participado de uma oficina em 2012 queria organizar um futebol das crianças. Eu perguntei por que, e ela respondeu que eu ensinei que todas as crianças tinham direito de estudar e de brincar", conta Evelle.

Segundo ela, os pais das crianças relataram que o comportamento dos filhos mudou após a participação nas oficinas. "Eles não jogam mais lixo na rua porque fizeram oficina de educação ambiental, sabem a hora de falar e a de escutar e respeitam os adultos."

"Existe uma grande diferença entre ser consciente e estar conscientizado. Sair do seu mundo e atuar como agente de transformação de mudanças positivas é estar conscientizado", afirma.

O investimento para manter as atividades do grupo vem dos próprios jovens que atuam no projeto. As tentativas de conseguir apoio em estabelecimentos locais, segundo Evelle, não tiveram sucesso.

As oficinas e demais atividades, que antes eram feitas em espaços cedidos, passaram a acontecer na rua.

Até a abertura da Copa do Mundo, o Imagina na Copa vai contar 75 histórias de jovens que estão transformando o Brasil para melhor.

Os vídeos serão publicados no site www.imaginanacopa.com.br e aqui, no Empreendedor Social.

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