Folha de S. Paulo


O impacto da tecnologia na formação de empreendedores

A tecnologia mudou a nossa vida. Mudou a forma de nos comunicarmos; a forma como nos relacionamos e consumimos.

Relatório recente do Banco Mundial mostra que, em um único dia, mais de 2,3 bilhões de gigabytes são trafegados em dados na internet; mais de 200 bilhões de e-mails são trocados; mais de 4 bilhões de buscas no Google acontecem diariamente.

São dados que mostram o impacto da tecnologia na última década.

Das 7,4 bilhões de pessoas no mundo, cerca de 1,1 bilhão têm acesso à internet de alta velocidade; mais de 5 bilhões têm acesso à telefonia todos os dias.

Obviamente, há um impacto em relação a como os empreendedores desenvolverão os seus negócios.

Uma das principais tendências na tecnologia, que chamamos de internet das coisas - quando objetos como eletrodomésticos e até camas se conectam à rede -, é um excelente exemplo deste impacto.

Com a otimização de processos e recursos, a quantidade de tempo e dinheiro que se economizará é muito significativa!

Outra forte tendência se expressa na formação dos novos profissionais. Desde setembro de 2015, mais de 4 milhões de jovens britânicos estão aprendendo a programar a partir dos cinco anos de idade.

Ou seja, a programação, o coding, já faz parte do currículo escolar no Reino Unido.

Desde 30 de janeiro de 2016, uma regulamentação do presidente Barack Obama, nos Estados Unidos, prevê a inclusão da programação no currículo escolar.

Essa nova forma de aprender desenvolverá as competências do século 21.

Teremos mais profissionais com capacidade de resolver problemas - e com pensamento crítico e estruturado. O impacto se dará não apenas no mercado de trabalho, mas nos empreendimentos a serem desenvolvidos por esses profissionais.

Uma outra tendência significativa também vem dos Estados Unidos. Trata-se da Maker Movement, no qual as pessoas aprendem a fazer os seus próprios objetos.

Com essa tendência - e com a grande presença das impressoras 3D - as empresas têm que repensar a forma como produzem e distribuem os produtos.

Eventualmente, os consumidores vão poder até imprimir em casa os produtos comprados; vão poder fazer os produtos em casa.

Dessa forma, muda também o relacionamento das empresas com o consumidor.

Por fim, o desafio. O Governo, as empresas e a sociedade civil terão que se unir para levar esses benefícios aos habitantes dos quatro cantos do mundo.

Os benefícios da tecnologia da economia digital precisam ser compartilhados. É importante pensar na criação de novas políticas públicas capazes de trazer inovação e de democratizar os benefícios. E isso deve acontecer nos próximos anos.

E, em um ciclo virtuoso, essa democratização deve ter impacto na forma como as empresas lidam com a tecnologia e se relacionam com os consumidores.

A análise pode ser acessada em vídeo.

MARCEL FUKAYAMA, administrador de empresas, é cofundador do Sistema B Brasil e da Dín4mo e coautor do livro "Negócios com Impacto Social no Brasil" (Editora Peirópolis, 260 páginas. Preço sugerido: R$ 48)


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