Folha de S. Paulo


Para participantes do 'Diálogos', Brasil precisa alavancar cultura de doação

Diego Padgurschi/Folhapress
Da esq. p/ dir.: Sérgio Petrilli, do Graacc, Roberta Faria, da Editora Mol, Paula Fabiani, do Idis, Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social, Nina Valentini, do Arredondar, José Setúbal, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, e Francisco Neves, do Instituto Ronald McDonald
Da esq. p/ dir.: Sérgio Petrilli, do Graacc, Roberta Faria, da Editora Mol, Paula Fabiani, do Idis, Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social, Nina Valentini, do Arredondar, José Setúbal, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, e Francisco Neves, do Instituto Ronald McDonald

Para os especialistas, empreendedores sociais e filantropos que participaram da primeira edição de 2018 da série "Diálogos Transformadores - Como Estimular a Cultura de Doação no Brasil" nesta terça-feira (27), essa cultura existe no país, mas é incipiente e precisa ser divulgada e alavancada.

O debatedor, José Luiz Setúbal, ex-provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, saiu do evento realizado pela Folha e pela Ashoka, otimista quanto às discussões feitas. "É importante ter um fórum sobre doações, é necessário, principalmente para a exposição de projetos que muitas vezes não temos conhecimento", diz.

Para Sergio Petrilli, do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), o debate foi uma "troca de conhecimento". "Concluímos de forma geral que temos muito que melhorar, mas o clima ainda assim é de otimismo. São experiências inspiradoras, e descobertas de novos caminhos. Como multiplicar mesmo numa época de crise, além da importância da transparência na utilização clara de dinheiro público".

O superintendente do Instituto Ronald McDonald, Francisco Neves, afirma ter "saído renovado e encorajado". "Este evento nos fez entender com exemplos práticos os resultados que se refletem. É importante trabalhar em conjunto."

Já para Nina Valentini, cofundadora do Arredondar, que viabiliza microdoações no varejo, é importante ter esse espaço para dialogar entre diferentes iniciativas e pessoas para pensar no campo de cultura de doação de uma forma sensata para o grande público com exemplos reais que fazem parte do dia a dia delas. "Doação pode virar um hábito e transformar a cultura de um país, gerando mais desenvolvimento" afirma.

Segundo Mirela Domenich, diretora da Ashoka Brasil o debate mostrou a importância do estímulo no Brasil e refletir não só como doar em dinheiro, mas a participação ativa nas causas. "Uma sensibilização e atuação de outras maneiras, não só financeiramente, mas com tempo."

Roberta Faria, diretora-executiva da Editora Mol, afirma que a principal lição é encontrar maneiras mais simples e gratificantes de fazer doação, que deve ser inserida na rotina sem mudar drasticamente os hábitos e orçamento, feito com mais empatia e engajamento nas causas.

"Quando nas pessoas se sentirem mais agradecidas e envolvidas e entenderem a causa e consequência das doações, as chances aumentam significativamente."

O evento, que tem apoio do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), do Instituto Cyrela e da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, poderá ser acompanhado pela TV Folha, que exibirá a íntegra nesta quarta (28).

O conteúdo da discussão, que se propõe a apontar caminhos, será ainda transformado em um minidocumentário para websérie no canal "Diálogos Transformadores".


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