Em cinco anos de atuação, a Avante emprestou mais de R$ 100 milhões e atendeu cerca de 30 mil microempreendedores.
A proposta de levar inclusão financeira para uma clientela ignorada pelos bancos convencionais, fez a fintech fazer a aposta de chegar a 1 milhão de famílias beneficiadas até 2021.
Hoje, a startup está presente em 116 municípios nos Estados de Maranhão, Pernambuco e Ceará e conta com 150 agentes de crédito.
Um time que usa tecnologia e sola de sapato para oferecer condições diferenciadas e desburocratizadas para clientes como Maria dos Santos, a Maria das Coxinhas, em Maracanaú (CE).
"O melhor da Avante é que a gente não precisa ir até o banco. É muito mais fácil. O agente veio aqui, eu confiei e fiz o primeiro, o segundo e já estou no terceiro empréstimo", diz a dona da MS Salgados, que produz e comercializa 500 unidades por dia na lanchonete aberta na antiga garagem de casa.
A microempreendedora orgulha-se de ter crédito na praça e que com a Avante conseguiu se livrar dos grupos solidários, nos quais tantas vezes pagou pelos maus pagadores.
Ela pretende se valer de novos empréstimos da Avante para comprar mais equipamentos e expandir o negócio que lhe permitiu pagar a melhor faculdade de Fortaleza para o primogênito.
"Sou muito feliz por ter conseguido formar meu filho em jornalismo. Paguei a mensalidade com dinheiro daqui. É o primeiro da nossa família com diploma."
PARTE DE HISTÓRIAS
"Estamos participando das histórias de vida e sonhando o sonho dos nossos clientes. Isso é muito gratificantes", diz Pedro Rodrigues, 26, agente de crédito da Avante em Maracanaú, na Grande Fortaleza.
Fundador da Avante, Bernardo Bonjean, classifica o público da fintech em três tipos: "O sobrevivente, o já sobrevivi e o vencedor".
Segundo ele, que é um dos finalistas do Prêmio Empreendedor Social 2017, o "sobrevivente" é aquele que precisa do dinheiro para se alimentar e alimentar a família. O "já sobrevivi", além do sustento, busca recursos para começar ou investir em um pequeno negócio que ainda não para em pé.
O terceiro perfil, o vencedor, é aquele que tem um negócio estabelecido e usa o microcrédito para capital de giro ou investimento.
A maioria dos clientes da Avante está nos grupos "sobrevivente" e "já sobrevivi".
Por meio de 13 filiais, o negócio de impacto social espalha-se pelo Nordeste, onde oferece microcrédito produtivo que varia de R$ 400 a R$ 14.200 para empreendedores que já possuem um negócio (formal ou informal) há pelo menos um ano.
EMPRÉSTIMO ACOLHEDOR
Outro diferencial da Avante é a humanização da cobrança, em casos de inadimplência.
"Meu filho sofreu um acidente e tive um atraso no segundo empréstimo. Todo probleminha que tenho, eu ligo e eles me acolhem", diz Esiel Almeida, dono de um próspero negócio de bananas em Aldeias Altas (MA).
Passado o susto e o comprometimento das economias para salvar a vida do filho, o "bananeiro", como é conhecido na região, estufa o peito para dizer que tem o nome limpo na praça e está em dia com as prestações.
Bonjean descreve um episódio que exemplifica a humanização dos serviços de crédito de um negócio que pretende gerar impacto social por meio do fomento ao microempreendedorismo na base da pirâmide.
"Temos um cliente que estava no segundo crédito conosco e percebemos que ele estava atrasando e atrasando", relata.
Os agentes de crédito foram então visitá-lo para ver o que estava acontecendo. "Ele tinha cinco cabeças de gado e quatro morreram em razão da seca. Só tinha água e farinha na casa dele, nem conseguiu nos oferecer nada."
Os funcionários da Avante se mobilizaram para promover uma rifa em apoio ao pequeno agricultor. "Por meio da arrecadação, ele conseguiu comprar mais gado e assim contornamos a situação."
Com uma proximidade maior da clientela, a taxa de inadimplência na Avante fica entre 9% no primeiro crédito e 3% no segundo. São aprovados 62% dos pedidos de crédito recebidos. Mais de 80% dos clientes renovam os empréstimos e entre 20% a 30% aumentam o valor ao fazer a renovação.