Folha de S. Paulo


Vencedores destacam visibilidade e credibilidade após prêmio em 2016

Após vencerem a 12ª edição do Prêmio Empreendedor Social, realizado nesta segunda-feira (7), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, quatro líderes mais inovadores do Brasil em três categorias da premiação planejam aumentar impacto e projetar suas iniciativas nacional e internacionalmente.

A maior chancela socioambiental da América Latina selecionou e premiou Carlos Pereira, 38, fundador da Livox, como Empreendedor Social de 2016; de Nina Valentini, 29, do Instituto Arredondar, como Empreendedora Social de Futuro; e Lucas Corvacho, 28, e Jonas Lessa, 25, criadores do Retalhar, que tiveram 24,9% dos votos dos internautas na categoria Escolha do Leitor.

"Vou continuar trabalhando, fazendo a minha parte para impactar ainda mais pessoas, principalmente as que são usuárias da Livox", afirma Pereira, que se diz surpreso com a vitória "devido à qualidade dos outras iniciativas" com as quais disputava na categoria principal, a Morada da Floresta, criada por Cláudio Spínola, e a Magnamed, fundada por Tatsuo Suzuki.

"Me sinto honrado de ter sido escolhido pela Folha", disse o empreendedor do ano, que vislumbra o ganho de visibilidade após a ampla divulgação promovida pelo jornal.

Pereira e demais premiados e finalistas passam a integrar a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.

Como Empreendedor Social do ano, ele recebe entre os benefícios cursos, capacitações e será avaliado para entrar na Rede Schwab de Empreendedores Sociais, após ser avaliado pela fundação coirmã do Fórum Econômico Mundial.

"A Rede Schwab é muito grande e o prêmio é bastante prestigioso", diz. "Eu o vejo como investigativo, o pessoal vai fundo mesmo, procura saber se é verdade o que está acontecendo para poder concedê-lo."

Pereira foi escolhido por ter se tornado empreendedor social, após criar o Livox, aplicativo que permite a comunicação de pessoas com deficiências ou doenças que afetem a fala. A tecnologia brasileira foi desenvolvida para que ele pudesse se comunicar com a filha, Clara, 9, que tem paralisia cerebral devido a um erro no parto.

A consagração de Pereira, assim como de Valentini, veio das decisões e notas de um júri composto por nove especialistas em suas respectivas áreas. Eles avaliaram detalhados relatórios preparados por um time de jornalistas da Folha e consultores que foram a campo coletar informações e impressões sobre o trabalho dos sete finalistas do ano, nas duas categorias, além de realizar entrevistas com suas famílias, equipes de trabalho, parceiros, amigos, patrocinadores e beneficiários.

Os vencedores foram escolhidos por Hilde Schwab, presidente do conselho da Fundação Schwab para Empreendedores Sociais; Elie Horn, fundador e presidente do conselho da Cyrela, incorporadora e construtora; Maria Cristina Frias, colunista de "Mercado" na Folha; e Alexandra Loras, ex-consulesa da França e ativista do empoderamento da mulher negra.

Também integram o júri Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional; Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo, cofundadores da Geekie e vencedores do prêmio em 2014; Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana; e Ricardo Siqueira, diretor-executivo de relações institucionais da Fundação Dom Cabral.

O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, frisa o trabalho dos nove jurados deste ano na escolha dos ganhadores. "Os seis concorrentes são muito interessantes. Se eu fosse jurado, teria dificuldade de escolher os dois vencedores."

Dávila também destaca a emoção presente durante toda a cerimônia. "O empreendedor social do ano é um caso muito importante e o discurso que ele fez foi muito emocionante e o mesmo o da empreendedora de futuro".

Há 12 anos, a Folha é parceira da Fundação Schwab, coirmã do Fórum Econômico Mundial, e juntas já reconheceram 14 líderes inovadores no país.

Karen Demavivas, chefe para as Américas da fundação suíça, que esteve presente na cerimônia em nome de Hilde Schwab, destaca a importância de reconhecer projetos de inclusão e líderes sociais que estão contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia em um momento de desafio econômico para o Brasil.

"O espírito empreendedor se torna mais importante do que nunca para restaurar a fé na sociedade civil, no mercado, no engajamento cívico e sobretudo no compromisso com a responsabilidade e a transparência", afirma Demavivas.

FUTURO E ESCOLHA DO LEITOR

Aos 29 anos, Valentini se tornou a empreendedora social mais inovadora do Brasil com até 35 anos. O Instituto Arredondar, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que permite e incentiva microdoações no país, a levou à conquista em 2016.

"Esse processo de avaliação muito longo tem um valor grande para quem está na área por ser reconhecido não só publicamente, mas também por especialistas que avaliam seu processo e veem que a organização está sólida", afirma a administradora.

"A Folha divulgar as causas e projetos é fundamental. Essa visibilidade é muito importante para alavancar a iniciativa", diz Valentini, que pretende expandir horizontes internacionalmente se aproximando, por meio do prêmio, do Global Shapers, outra comunidade ligada ao Fórum Econômico Mundial.

Valentini disputou a categoria de Futuro com Michael Kapps, cofundador da Tá.Na.Hora saúde digital, e a dupla Lessa e Corvacho.

Os dois amigos que criaram a Retalhar contam que acionaram uma rede que inclui parceiros e familiares para votar no projeto de reciclagem de uniformes profissionais na categoria Escolha do Leitor. Eles receberam 24,9% dos votos na enquete popular, que tem o patrocínio exclusivo da Fundação Banco do Brasil. No total, mais de 150 mil internautas se engajaram no votação.

Agora, a dupla pretende ampliar o impacto do negócio social e atingir outras grandes empresas após a vitória.

"Esperamos que as grandes empresas nos procure para associar suas marcas à nossa, com a solução que temos para o resíduo têxtil e mostrar como podemos transformar problemas em oportunidades compartilhadas", afirma Lessa.

Corvacho diz que esse objetivo pode ser alcançado por meio do potencial de divulgação da Folha. "Vai fazer com que nossas ideias alcancem mais gente".

O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e da Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos.


Endereço da página:

Links no texto: