Folha de S. Paulo


Fundação quer captar US$ 100 mi para construir 40 mil cisternas no Nordeste

Após já ter construído 92 mil cisternas no semiárido nordestino nos últimos quatro anos, a FBB (Fundação Banco do Brasil) está concorrendo ao prêmio de US$ 100 milhões da Fundação MacArthur para erguer outras 40 mil, o que deve beneficiar 200 mil pessoas.

Apesar de expressivo, o número representa 5,7% do total máximo estimado para que o acesso à água seja universalizado na região com a construção de mais 700 mil cisternas, segundo informou o presidente da FBB, Gerôncio Luna, na abertura do 10° Encontro de Jornalistas da organização.

O evento que começou nesta quarta-feira (19), em João Pessoa (PB), reúne 60 profissionais de comunicação de 16 Estados do país. Durante três dias, a cobertura do terceiro setor será a pauta dos jornalistas.

A participação no prêmio da Fundação MacArthur, que destinará o valor a uma iniciativa que solucione problemas críticos envolvendo pessoas, lugares ou o planeta, faz parte da nova frente de mobilização de recursos de fora do Brasil para projetos do banco de tecnologias sociais da FBB.

"As fundações no Brasil atuam muito com o dinheiro de seu instituidor. É preciso trazer recursos de fora", afirmou Gerôncio Luna. "Isso não significa menor participação da FBB."

A estratégia para captação de investidores fora do Brasil inclui, ainda, uma aproximação com as embaixadas em Brasília (DF), aproveitar a atuação do Banco do Brasil em 24 países e a internacionalização do Prêmio FBB de Tecnologias Sociais, como Luna divulgou em entrevista exclusiva à Folha.

A fundação é patrocinadora da categoria Escolha do Leitor, onde o público decide seu finalista favorito entre os seis líderes que concorrem ao Prêmio Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro. A votação está aberta; participe.

INOVAÇÃO SOCIAL EM PAUTA

Anualmente, a FBB reúne jornalistas do país para discutir a cobertura do terceiro setor pela mídia. Neste ano, as mesas reúnem nomes como Rinaldo de Oliveira, do portal Só Notícia Boa, e Deborah Fernandes, que trabalhou na elaboração do documentário "Novos olhares sobre a produção e consumo".

A noite de abertura contou com a palestra magna do economista Leandro Morais. Com grande foco na área do desenvolvimento sustentável, o especialista trouxe o contexto a ser debatido até esta sexta-feira (21).

Esse panorama inclui 320 milhões de pessoas que vivem na extrema pobreza no mundo e 2,5 bilhões que não têm acesso a água e saneamento.

Ele expôs que, ao longo das duas revoluções industriais e durante a terceira que ocorre, com o avanço tecnológico, houve a "emergência de um padrão produtivo e de consumo que se moderniza e incrementa".

Para ele, "o padrão produtivo não precisa ser destruído, mas precisamos discutir quando os benefícios dessa evolução não são para todos".

Durante o evento, serão ainda apresentadas tecnologias sociais da FBB e discutidas diferentes formas de fazer jornalismo com a exposição de plataformas de comunicação produzidas no nordeste.

A repórter PATRICIA PAMPLONA viajou a convite da Fundação Banco do Brasil, patrocinadora do
Prêmio Empreendedor Social


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