Folha de S. Paulo


'Diálogos' abrem caminho de parceria e promoção de equidade de gênero

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Um debate plural que pode desaguar em parcerias e atuação em rede para promoção da equidade de gênero no Brasil. Este é o balanço da terceira edição série Diálogos Transformadores, realizada nesta terça-feira (18) no auditório da Folha, em São Paulo, que teve como tema o Empoderamento feminino.

Uma das protagonistas do evento multimídia, a ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, destacou a diversidade de falas e visões reunidas no encontro, que contou com ativistas, empreendedoras, executivas. "É muito bom poder trazer reflexões, mexer com a sociedade", declarou a também jornalista e escritora que virou referência no empoderamento da mulher negra no Brasil.

Com transmissão ao Vivo pela TV Folha, o painel foi realizado em duas partes, ao longo de quase duas horas.

"Temos que ter mais parcerias e promover redes", propôs a empreendedora social, Alice Freitas, fundadora da Rede Asta, que reúne artesãs de todo o país em arranjos colaborativos para geração de renda e empoderamento de mulheres na base da pirâmide.

Fechando o trio de protagonistas desta edição, Tatiana Trevisan, diretora do Movimento Mulher 360, que promove o empoderamento econômico das mulheres, também se mostrou aberta para um diálogo mais aprofundado, a partir da diversidade de visões das oito participantes do encontro.

"Este debate é importante para o maior engajamento das empresas, das ONGs", diz ela, também gerente de sustentabilidade do Walmart, uma das empresas que lideram o movimento de promoção de equidade de gênero no mundo corporativo, marcado pela sub representação feminina em cargos de comando e também por disparidade de salário entre homens e mulheres.

A executiva enfatiza, que na toada atual, ainda vamos levar cem anos para alcançar a igualdade de gênero no mundo, segundo uma projeção da ONU.

Uma das cem pessoas que lotaram o auditório do jornal, Vanessa Verea, gerente de marca corporativa da Unilever, que conta com 50% de mulheres em cargos de liderança, também aposta no envolvimento de vários setores da sociedade para se alcançar o empoderamento socioeconômico feminino.

"Além de ações interna de RH praticadas pela Unilever, temos que estimular o debate e apoiar organizações. Nossas marcas já estão realizando iniciativas que empoderam as mulheres em diferentes aspectos, por exemplo, trabalhando a questão da autoestima e estimulando o empreendedorismo feminino", afirma Verea.

Uma parceria da Folha com a Ashoka, uma das maiores redes de empreendedorismo do mundo, a plataforma Diálogos Transformadores contou com a apoio da Unilever, nas duas últimas edições. Além de debater temas da agenda socioambiental, o objetivo é apontar caminhos. Discussões que são consolidadas em uma Web Série, que tem um canal próprio na TV Folha.

"É uma plataforma multimídia que leva a excelência editorial da Folha para conteúdos gerados a partir de discussões como as da tarde desta terça-feira", afirma o secretário de redação, Vinicius Mota, ao agradecer a presença das protagonistas, debatedoras, casos inspiradores e demais convidados.

A plateia se emocionou com casos inspiradores como de Sammia Vilela, que contou sua trajetória de filha de uma ex-moradora de rua a empreendedora digital, à frente do blog Casando Sem Grana, que conta com 3,5 milhões de visualizações por mês.

Emocionante também foi o encontro da apresentadora Ana Paula Padrão, que também é criadora da Escola de Você, plataforma que estimula e apoia o empreendedorismo de mulheres das classes C, D e E, com uma das alunas.

Sheila Procópio atribui seu sucesso como "personal organizer" aos cursos que fez na Escola de Você e na Escola Brilhante, iniciativa que oferece cursos on-line grátis de empreendedorismo ou de aperfeiçoamento para mulheres que querem ter o próprio negócio.

Exemplos que mostram a importância de enfatizar o potencial das mulheres em mudar a própria realidade e, por tabela, a sociedade como um todo.

Uma das debatedoras do evento, a cineasta Tata Amaral salientou a necessidade de se falar sobre o empoderamento feminino e racial e também de maior representatividade política. "Precisamos de uma representação que seja um espelho da sociedade, que é constituída por mais da metade de mulheres e negros."

Amalia Fisher, criadora do Fundo Elas, destinado a promover a igualdade sexual e a mostrar a importância da diversidade no investimento social, fechou o painel de debates alertando para o momento atual, marcado por avanços e retrocessos.

"O importante é que as mulheres consigam equidade, que os direitos que já conquistaram sejam mantidos e que comecemos a pensar em outra forma civilizatória que não seja predadora, racista, homofóbica, lesbofóbica, transfóbica e sexista", afirmou.

Encontrou eco nas palavras de Deise Hajpek, da Ashoka, no sentido de trazer o empoderamento feminino para o centro do debate nacional. Segundo ela, apesar de o Brasil ainda ser uma sociedade muito conservadora, a mudança está acontecendo, mas silenciosamente. "Ainda carregamos o arcabouço do machismo enraizado na nossa educação, é preciso tomar um banho todo dia para se livrar disso e disseminar e educar nossa sociedade para eliminar esses paradigmas".

Com alto índice de audiência, o episódio "empoderamento feminino" teve transmissão ao vivo da "TV Folha" e pode ser conferido na íntegra, em duas partes, no canal exclusivo do Diálogos Transformadores.

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