Folha de S. Paulo


Para brasileiros, consumo consciente é responsabilidade do consumidor

Victor Moriyama - 11.jun.2013/Folhapress
Consumidores fazem compras em shopping de São Paulo
Consumidores fazem compras em shopping de São Paulo

Economia de energia elétrica, planejamento do orçamento familiar e realizar trabalhos voluntários estão entre as práticas de consumo consciente mais citadas pelos brasileiros. A percepção de 92% dos consumidores é que essas e outras atitudes são de sua responsabilidade.

Foi o que apontou a terceira edição da pesquisa "O Consumo Consciente no Brasil", obtida com exclusividade pela Folha, que mapeou como o consumidor enxerga o seu papel e as práticas adotadas pela empresa em três âmbitos: ambiental, econômico e social.

Para Stella Susskind, presidente da Shopper Experience, organização que realizou o levantamento, o brasileiro entende o que é o consumo consciente.

"Todo mundo está com água no pescoço por causa da crise e as pessoas começaram a se conscientizar sobre o que vai consumir e quanto." Segundo ela, a população também está mais atuante em causas sociais e mais informada se empresas se envolvem em escândalos.

Além de perceber que tem um papel importante, boa parte dos consumidores (88%) também acredita que a consciência também é responsabilidade de empresas e governos. Stella, no entanto, não vê uma forte atuação desses dois atores.

"Falta comunicação por parte das empresas, para mostrar não só o que fazem, mas o resultado disso e o benefício para o consumidor e para o planeta." Já o governo, ela acredita, precisa fazer campanhas mais agressivas.

ECONOMIA EM CASA

A partir dos resultados da pesquisa, a presidente da Shopper Experience vê ser necessário um grande trabalho no âmbito econômico. "Os brasileiros destacam mais o não acúmulo de dívidas", destaca. "Mas caiu bastante o índice dos que conseguem poupar parte dos ganhos."

Por isso, os itens mais citados no consumo com relação à questão econômica são planejamento do orçamento familiar (97%), uso consciente do crédito (94%), acúmulo e controle de dívidas (90%) e poupar parte dos ganhos (89%).

No contexto de crise, a doação a instituições de caridade também aparece entre os destaques, mas como um dos itens com menor citação. Para 72% dos entrevistados, essa é uma das práticas ligada ao consumo consciente no âmbito social, atrás de realizar trabalhos voluntários (89%) e evitar comprar produtos em empresas que fazem testes em animais (79%).

O levantamento ouviu consumidores entre 21 e 65 anos, das classes A, B e C e moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).


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