Folha de S. Paulo


App e balão vão monitorar epidemias e segurança durante Olimpíada

Divulgação/Altave
App e balão vão monitorar epidemias e segurança durante Olimpíada
App e balão vão monitorar epidemias e segurança durante Olimpíada

O empreendedor social Onicio Neto, co-fundador da Epitrack, está trabalhando em parceria com o Ministério da Saúde na implantação de um aplicativo de vigilância participativa para monitorar epidemias durante a Olimpíada.

A tecnologia alimenta um mapa colaborativo que auxilia autoridades a identificarem a localização das doenças, facilitando, assim, o controle de surtos.

O principal desafio é engajar a população a utilizar o aplicativo. A meta é alcançar 100 mil usuários até os Jogos. "Para a versão da Olimpíada, estamos implementando uma gamificação como maneira de engajar os usuários e garantir participações diárias", afirma Neto.

Essa é uma das iniciativas empreendedoras mapeadas no especial da MGov "Olimpíadas Rio 2016 e Negócios de Impacto".

O estudo analisa os principais problemas do Rio de Janeiro e algumas soluções propostas por negócios sociais que podem ser colocadas em práticas ou ganhar escala com os Jogos no Brasil.

"Para fazer um evento desse porte, a grande justificativa é o legado", diz Guilherme Lichand, diretor-executivo da MGov, uma plataforma de avaliação de políticas públicas e ações de impacto por SMS e chamadas automáticas de voz. "Tecnologias já criadas podem equacionar questões que são um problema estrutural do Rio."

Outra inovação que está sendo testada na perspectiva da Olimpíada é o Altave Omni, um balão com um conjunto de 13 câmeras que monitora uma área de até 44 km² em tempo integral e permanecerá com a Polícia Militar e a Guarda Municipal após o fim dos Jogos.

O equipamento, desenvolvido pela Altave, negócio com foco na criação de produtos e serviços inovadores de múltiplas aplicações, se soma ao aparato montado para monitorar ameaças terroristas, por exemplo.

Quatro balões farão parte da "maior operação de segurança da história do Brasil", segundo definiu o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, à equipe da MGov.

Além do Rio de Janeiro, o aparato está sendo pensado em outras cinco cidades, que vão ser sede das partidas de futebol, além de monitorar as fronteiras do país, as vias de acesso e terminais de transporte que receberão turistas nacionais e estrangeiros.

Para enfrentar essa dificuldade histórica, negócios de impacto social tentam minimizar fatores que geram violência, como a organização Acupuntura Urbana, que revitaliza espaços públicos de forma ativa e participativa, fortalecendo relações que estimulem o protagonismo da sociedade civil.

"Fatores como desigualdade de renda, movimentos rápidos de urbanização e situações de vulnerabilidade socioeconômica são criminogênicos, o que não significa que causam crimes, mas aumentam as chances", afirmou o professor João Manoel P. de Mello à MGov.

ESCOLHA

Os temas segurança e saúde fazem parte das chamadas dimensões sociais dos Jogos. O mapeamento realizado pela MGov também elenca as inovações nas áreas de inclusão de pessoas com deficiência, voluntariado e moradia.

Segundo Lichand, esses são problemas estruturais na capital fluminense. "Os negócios de impacto não surgiram para a Olimpíada", explica. "Mas é a oportunidade para deslanchar. A situação justifica a compra de certas tecnologias."

Para saber mais sobre o estudo, acesse o portal da MGov.


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