Folha de S. Paulo


Investimento social privado cresce 7% no Brasil e chega a R$ 3 bilhões

O investimento social privado cresceu 206,8 milhões (7%) entre 2013 e 2014 e alcançou R$ 3 bilhões. O crescimento real de 2009 a 2014 chegou a 473,8 milhões (18,44%).

Os valores são do Censo GIFE 2014, realizado em maio de 2015 e recém-divulgado. A pesquisa ouviu um terço das organizações do terceiro setor no Brasil.

A maior parte (62%) dos recursos das organizações do terceiro setor vem de doações de empresas ou indivíduos que as mantêm. Isso faz com que essas instituições sejam facilmente influenciadas pelas mudanças de mercado.

Em um cenário de crise como a que se iniciou em 2015, com lucros menores e cortes de gastos, a projeção é que os valores aplicados tenham sido menores no ano passado.

"Como as empresas estão em recessão, é difícil que o investimento social não seja afetado", diz André Degenszajn, secretário-geral do GIFE.

PROJETOS PRÓPRIOS

Os recursos adquiridos em 2014 foram divididos entre despesas administrativas (21%), doação (25%) e, a maior parte (54%), execução de projetos.

O reflexo dessa distribuição está no tipo de atuação. As organizações que executam programas próprios representam 91% do setor. No entanto, 78% apoiam OSCs (Organizações da Sociedade Civil).

Os projetos de educação são os que levam a maior parte desses recursos (85%), predominância vista em levantamentos anteriores.

"Existe uma percepção de que a educação é o maior desafio do Brasil hoje. Sem isso, a gente não avança", explica o secretário-geral do GIFE.

PRESENÇA FEMININA

O Censo GIFE é um retrato do investimento social privado. "A pesquisa é regular, tem uma série histórica, e traça o perfil das instituições", explica Degenszajn.

Esse perfil é majoritariamente (53%) de organizações sem fins lucrativos criadas e mantidas por uma empresa ou seus acionistas.

"Esse tipo de instituição vem crescendo, impulsionado principalmente pela abertura de capital", diz o secretário-geral do GIFE.

Seja a organização familiar, empresarial, comunitária ou independente, 97% possuem conselhos formalmente constituídos.

Nesse alto escalão, as mulheres representam apenas 27%, ainda que o número seja maior que nas empresas (8%).

O índice desse setor, no entanto, oscila conforme o tamanho da organização. "Quanto maior o porte da empresa, são menos mulheres no conselho", afirma Degenszajn.

Para mais informações do Censo GIFE 2014, acesse a publicação completa.


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