Folha de S. Paulo


Escolas privadas de baixo custo são oportunidade de negócio social

O aumento de renda de 36 milhões de brasileiros que saíram da situação de extrema pobreza desde 2002 abre oportunidade de negócios para escolas privadas de baixo custo.

É a avaliação da Artemisia, ONG que estimula atividades de impacto social no Brasil. "A população passou a ter menos filhos e mais renda para investir em ensino privado", explica Gilberto Ubrig, especialista que analisou o cenário.

A tendência é observada em países vizinhos, como no Peru. Ubrig avalia que as famílias de classes C, D e E brasileiras –que correspondem a 95% da população acima de 15 anos, segundo dados do IBGE– dispõem de R$ 200 a R$ 300 para investir no ensino.

Algumas instituições já exploram o mercado nacional, como o Instituto Alpha Lumen, parceiro da Artemisia. Criado oficialmente em 2013, sua origem está na ONG Escola Aberta, de 2006.

Atendendo a jovens de 10 a 17 anos, o instituto possui uma metodologia diferente, voltada para estudantes com altas habilidades.

"O objetivo é detectar o talento daquele aluno e desenvolver um método especial de ensino", diz a presidente, Nuricel Augilera, que estima 10 milhões de estudantes com esse perfil, no país.

Os alunos de escolas públicas também são contemplados pelas atividades do instituto. "Nós vamos começar com um laboratório de robótica itinerante no ensino público e as aulas serão ministradas pelos nossos estudantes", conta Aguilera.

A diretora-executiva da Artemisia, Maure Pessanha, observa que metodologias como a do Alpha Lumen encontram, hoje, um nicho de mercado.

"Acreditamos que o país está em um momento propício para o surgimento de redes escolares com essa característica, inovando tanto na gestão, quanto no conteúdo."


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