Folha de S. Paulo


Peças de artesanato da casa de Bruna Marquezine na novela fazem sucesso

Quem acompanha a vida de Mari, personagem da atriz Bruna Marquezine na novela "I Love Paraisópolis", sabe que sua mãe adotiva, Eva, interpretada por Soraya Revenle, é costureira e adora decorar a casa com artesanato.

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Almofadas de fuxicão e de tear, móbile de flores e filtro dos sonhos decoram o cenário onde vivem as personagens, moradoras da comunidade paulistana.

Todos esses objetos de decoração da casa de Mari foram produzidos por quatro grupos de artesãs empreendedoras que vivem em comunidades do Rio de Janeiro, em um universo muito parecido ao retratado pelo folhetim da Globo.

Elas integram a Rede Asta, projeto da advogada Alice Freitas, 36, finalista do Prêmio Empreendedor Social, em 2013.

A rede atua no fortalecimento de empreendimentos produtivos na base da pirâmide social, promovendo o acesso de pequenos produtores ao mercado consumidor, com o objetivo de gerar renda e diminuir a desigualdade social.

Ana Lúcia Franco, 41, fez a almofada fuxicão que Marquezine apareceu ao lado no capítulo de 20 de maio. Orgulhosa de seu trabalho, a artesã conta que a peça "famosa" é seu produto campeão de vendas. Cada uma é revendida a R$ 69 em lojas da Zona Sul do Rio e pela internet: e-commerce.

Moradora da comunidade do Jardim América, na Zona Norte, Lúcia começou a produzir artesanato há 13 anos, quando conheceu uma ONG que ensinava artesanato para incentivar o empreendedorismo entre as mulheres da favela.

Depois de aprender a trabalhar com garrafa pet, fuxico e jornal, o grupo formou a microempresa Fuxicarte, integrante da Rede Asta.

Foi por meio do artesanato, em 2002, que Lúcia ganhou o primeiro dinheiro com o seu próprio trabalho. Foram R$ 50, que ela usou para levar os filhos para passear. Encontrava assim um modo de incrementar a renda familiar sem sair de casa.

Depois de ter suas peças divulgadas em desfile do Fashion Rio, o Fuxicarte multiplicou a produção ao se aliar à Rede Asta. Lúcia consegue montar até 35 almofadas por dia, além de caminhos de mesa e panos de prato.

"Agora, tenho uma renda e consigo ajudar o meu marido com as despesas. Estamos juntando dinheiro para comprar nossa casa própria", conta. Por mês, Lúcia consegue tirar um salário mínimo, mas em período de festas, como Natal, Dia das Mães, o faturamento pode chegar a R$ 2 mil.

Com a novela, Alice, que nunca viveu exposição tão grandes dos produtos feitos por sua rede, vive a expectativa de ter um salto na produção. "Estamos numa expectativa clássica de que esses produtos ganhem uma repercussão", diz a fundadora da Asta. "Todas as artesãs estão muito emocionadas de terem seu trabalho exibido."

É a chegada ao horário nobre de um trabalho que se baseia em princípios de comércio justo, economia solidária, consumo responsável e sustentabilidade.

A Rede Asta também oferece o serviço de criação de brindes personalizados para empresas, com benefício para artesãs de dez Estados.


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