Folha de S. Paulo


'Banqueiro dos pobres' e Nobel da Paz, Yunus vem ao Brasil para palestras

O economista e Nobel da Paz, Muhammad Yunus virá ao Brasil em maio para uma série de palestras sobre negócios sociais.

O fundador do Grameen Bank, que criou o sistema de microcrédito para empréstimos a pobres, passará pelo Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. Na capital paulista, ele vai se encontrar com empreendedores e possíveis investidores locais.

Rodrigo Capote/Folhapress
O economista bengali Muhammad Yunus, que defende a expansão do microcrédito e um capitalismo humanizado
O economista bengali Muhammad Yunus, que defende a expansão do microcrédito e um capitalismo humanizado

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No Rio, Yunus faz uma palestra aberta ao público em 2 de maio, às 14h, no Centro Cultural da Ação da Cidadania. Haverá ainda um painel sobre negócios sociais, quando a plateia vai poder fazer perguntas ao Nobel e demais convidados.

Para ter acesso ao evento, é preciso incluir nome na lista e imprimir o ingresso gratuitos, mas os participantes podem fazer contribuições de R$ 10 a R$ 20 para a Yunus Negócios Sociais Brasil, organização do bengali no país. Informações estarão disponíveis no site.

Em Curitiba (PR), Yunus participará do Congresso Internacional de Negócios Sociais e Empreendedorismo, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os ingressos já estão esgotadas.

BANQUEIRO DOS POBRES

Nascido em uma pequena aldeia de Bangladesh, em 1940, Yunus começou sua trajetória na economia quando ganhou uma bolsa para estudar na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos. Depois de receber título de Ph.D, voltou à terra natal como presidente do Departamento de Economia da Universidade de Chittagong.

O economista ficou conhecido como "banqueiro do pobres" após fundar, em 1976, o Grameen Bank, voltado aos pobres. Hoje, o foco dos empréstimos, sem maiores garantias, são as mulheres, incentivadas a investir em pequenos negócios que sustentem suas famílias.

Atualmente, o Grameen Bank, que empresta US$ 1,5 bilhões por ano, tem mais de 8,4 milhões de mutuários, 97% deles mulheres.

Além do banco, o "pai do microcrédito" tem outras 50 empresas, também em Bangladesh, onde vive até hoje, e a maior parte delas são negócios sociais.

Considerado o guru do empreendedorismo social, Yunus foi eleito em março deste pelo jornal "Financial Times" como um dos seis maiores pioneiros de finanças de todos os tempos.

Após ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2006, o bengali foi convidado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a atuar como um dos defensores dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Yunus também faz parte do conselho da Fundação Schwab, parceira da Folha no Prêmio Empreendedor Social. Como uma das premiações, os vencedores de cada ano são avaliados para integrar à rede mundial de empreendedores da fundação, composta hoje por 287 líderes sociais em 61 países.


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