Conectar educadores de todo o Brasil para que compartilhem o conhecimento. Essa é a fórmula do Edupartilhe, projeto de três jovens paulistas que venceu, hoje, em São Paulo, o 2º Prêmio Choice Competion.
"Pensamos o Edupartilhe como uma ferramenta versátil, que tem o objetivo de levantar e difundir as melhores didáticas dos professores brasileiros", explica Raul Cabral, 22, estudante de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e um dos idealizadores do projeto.
"A ideia é oferecer a eles esse recurso [plataforma on-line], sem colocar entraves, deixar que essa sabedoria coletiva aflore."
| Gui Tamburus/Divulgação | ||
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| Juliana Somekh e Raul Cabral vencedores do Prêmio Choice Competion |
Na plataforma, o objetivo é que os professores sejam convidados para gravar vídeos explicando para outros professores como ensinam determinado assunto, ou seja, compartilhando a didática.
Os educadores também poderão usar um sistema de busca, como no Google, para saber o que profissionais do Brasil inteiro estão fazendo.
"Educação é um dos setores que consegue promover mais mudanças e impactos na sociedade. Além de tudo é um tema que combina com esse público universitário que está buscando novas escolhas e caminhos de carreira", explica o diretor de educação da Artemisia, Diogo Tolezano.
"Temos que transformar e explorar o que já temos; é só saber dar as ferramentas para que os professores possam compartilhar a grande bagagem que têm com os outros", afirma Juliana Somekh, 23, uma das idealizadoras e recém-formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Raul, Juliana e Bianca Skembaum, 23, a outra integrante da iniciativa, trabalham juntos em uma aceleradora de negócios e já dividiam a intenção de fazer algum projeto na área da educação.
"Era um sonho que tínhamos de empreender na educação, e o prêmio deu o empurrão", diz Raul.
A plataforma Edupartilhe será gratuita e voltada para professores do ensino básico. Como modelo de negócio, será usada a publicidade e informes institucionais dirigidos para esse público, para que as escolas estimulem seus professores a compartilharem suas didáticas.
Já por uma assinatura mensal, além de recursos exclusivos, conforme os professores utilizam o meio, vão acumulando pontos que serão trocados por prêmios, e o diretor da escola terá um painel para acompanhar o trabalho dos profissionais.
144 IDEIAS
Sobre o impacto social, Raul acredita que é preciso trazer todas essas metodologias para se que juntem e se multipliquem. Os vencedores receberam R$ 5.000 com premiação para tirarem o projeto do papel.
O desafio reuniu 230 jovens universitários de 87 instituições de ensino, de 16 Estados, que, juntos, formulam 144 ideias de negócios sociais.
O intuito do prêmio é que os estudantes criem ideias de negócios sociais de impacto para o país, que neste ano teve como tema a educação.
As 144 ideias passaram por uma peneira da Artemisia, que resultaram em 15 semifinalistas e posteriormente em cinco: Arte de Ensinar, Edupartilhe, Finanduca, Game.edu e Workshopup.
O evento é organizado pela Artemisia, organização sem fins lucrativos, que fomenta negócios de impacto social e é parceira do Empreendedor Social, em conjunto com a Potencia Ventures, Instituto Inspirare e Fundação Telefônica Vivo.
"Acreditamos que as pessoas e as instituições juntas podem transformar o futuro mais justo e inclusivo", disse Luís Fernando Gutenberg, representante da Fundação Vivo.