Folha de S. Paulo


"Para se comunicar com crianças debilitadas, é preciso pegar o fiozinho do olhar que está saudável", diz arte-educadora

Não importa a enfermidade: nos hospitais, a artista plástica Paula Galasso, 31, recorre a sua sensibilidade para se comunicar com o lado saudável de cada paciente. Essa habilidade, diz, foi desenvolvida quando começou a trabalhar como arte-educadora na Arte Despertar, que usa arte e cultura para reconectar indivíduos em situações críticas, como profissionais da saúde sobrecarregados, pacientes hospitalizados e crianças socialmente vulneráveis, em São Paulo.

Seu primeiro contato com a organização foi quase por acaso, quando ela ainda estava no segundo ano da faculdade, como estagiária de um artista plástico que participava do projeto. A partir de então, diz Galasso, sua grande escola foi a Arte Despertar, que é liderada pela finalista do Prêmio Empreendedor Social 2013 Regina Guarita.

Na Lata
A artista plástica Paula Galasso utiliza sua sensibilidade para se comunicar com o lado saudável de cada paciente
A artista plástica Paula Galasso utiliza sua sensibilidade para se comunicar com o lado saudável de cada paciente

Leia seu depoimento:

"Na primeira porta em que bati como arte-educadora da Arte Despertar, em um quarto do HC [Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo], encontrei uma menina que estava todinha queimada. Foi um teste para mim essa sensação da criança que está deslocada do seu contexto. Estávamos ali na tentativa de que ela nos mostrasse seu lado saudável. E, de repente, não era mais a menina com o problema. Era a Débora, de 6 anos de idade, falando do coelho que tinha em casa.

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Entrei na Arte Despertar quando conheci o Paulo Pitombo, artista plástico com deficiência visual que estava começando na associação e precisava de alguém para ajudá-lo. Eu cursava o segundo ano da faculdade e preparava uma oficina para pessoas com baixa visão para o lançamento de um livro de minha mãe [a escritora Lô Galasso]. Nunca havia me interessado por arte-terapia e me joguei [no trabalho] porque gostei das pessoas que estavam envolvidas e do projeto da associação.

A Arte Despertar me ajudou a construir a ideia de arte como forma de brincar ao me dar liberdade para experimentar maneiras de chegar ao outro através da arte. Para se comunicar com crianças muito debilitadas [no intuito de humanizar o tratamento e proporcionar mais bem-estar a elas], é preciso pegar o fiozinho do olhar que está saudável.

Na época em que fazia minha monografia sobre a importância do brincar com arte em hospitais, perdi uma aluna de que gostava muito, vítima de câncer. Eu desabei. Foi meu pior momento na Arte Despertar, mas decidi continuar com meu trabalho na associação.

Em 2009, saí para dar oficinas de arte na favela de Paraisópolis [na zona sul da capital paulista], que é quase uma extensão do trabalho que a instituição desenvolve. A Arte Despertar foi minha grande escola."

Abaixo, estão vídeos de um minuto cada com os finalistas. Assista aos vídeos e vote no seu candidato preferido (os sete vídeos estão um ao lado do outro; primeiro, aparecem quatro deles; para visualizar os outros três, posicione o mouse sobre o último candidato abaixo, à direita, que aparecerá uma seta; clique nela que os demais candidatos aparecerão; o botão "Votar" está sob cada um dos vídeos).

http://www3.uol.com.br/module/playlist-videos/2013/premio-empreendedor-social-2013-1382028592083.js


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