Folha de S. Paulo


ONG questiona separação entre animais de consumo e estimação

A discussão sobre a consciência animal vem ganhando cada vez mais espaço no meio científico e, consequentemente, na sociedade. Desde o ano passado, quando cientistas do MIT, Harvard, Princeton e do Instituto Max Planck assinaram uma declaração para confirmar as evidências sobre as faculdades neurológicas de diversas espécies, começaram a aparecer mais movimentos contra o tratamento do gado para o consumo e os testes de cosméticos.

À frente dessa luta há dez anos, a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) criou uma campanha para sensibilizar os paulistanos sobre o tema. Os usuários que passam diariamente pela estação Consolação de metrô, uma das mais movimentadas de São Paulo, terão acesso a imagens que colocam em xeque a ideia de separação entre animais de consumo e estimação.

Editoria de Arte/Folhapress

"Queremos que as pessoas reflitam sobre a incoerência de amarmos uns animais enquanto comemos outros", explica Guilherme Carvalho, secretário-executivo da organização.

"Hoje, cerca de 70 bilhões de animais são confinados e abatidos a cada ano para produzir carnes, laticínios e ovos. Trata-se de um verdadeiro holocausto animal. Se estamos falando de sofrimento e morte, um cão é igual a um porco, uma vaca é igual a um gato."

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, em 2011 e 2012, cerca de 8% dos brasileiros já se declaram vegetarianos. "São Paulo já é considerada a capital vegana da América Latina. Há 60 restaurantes especializados e centenas com opções específicas para esse público. Algumas podem ser encontradas no site guianaveg, conta Carvalho.

Para ele, em geral, as pessoas tornam-se vegetarianas por razões como saúde e preservação animal. "Porém o veganismo em geral vem junto a um reconhecimento de que os animais têm direitos que não podem ser violados, e esse é um forte componente ético."


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